“AS VINDIMAS”
No passado
sempre foram assim: embora que hoje, ainda se mantem alguns desses costumes,
como sejam as escadas, o cabaz e o braço do homem ou da mulher.
Mas carros
de bois ou vacas, as dornas de madeira, já são minoria em qualquer dos lugares
e povo.
Os carros
foram substituídos pelos tractores , as dornas da mesmo modo pelas de aço
inoxidável, as uvas deixaram de terem o trato como no passado, que eram em mais
quantidade e cresciam nas ramadas devidamente alinhadas e que recebiam após o
seu rebentar da folha e cachos o habitual “ sulfato, com cal, numa máquina toda
em cobre, cuja a maioria eram de marca “Hipólito, pulverizando toda a vinha e
depois o pó de enxofre“, para a sua melhor alimentação e desinfeção das mesmas
e que após a sua apanha eram colocadas nestes lagares feitos de pedra, tendo
sobreposto a prensa totalmente em madeira de elevada qualidade, para se
conservar longos anos, a esmagar estas maravilhosas uvas, que nos proporcionava
aquele memorável vinho tinto, que quando colocado nos tonéis, pipos, que depois
eram muito comercializados, em Lisboa e Porto e que ainda hoje são comentados,
pela sua qualidade e quantidade que a maioria dos proprietários tinham
estacionados nas suas adegas ou lojas.
Quando o seu
estacionamento, não tinha condições da camioneta ou caminhão ali encostar, eram
os pipos transportados até ao local a combinar pelos bois e carro dos caseiros
dessas quintas.
E no
passado, destas vindimas, uvas e vinho tinto, que deixou nome e prestígio por
todo o nosso País.
VINDIMA
Quase sempre
feita em finais de Setembro, havia movimento logo pela manhã cedo, dos
vindimadores “ caseiros, ou pessoas tratados para tal efeito, pelos donos dos
terrenos mais férteis, pagando uma insignificante jorna e com direito a parvas
das dez, almoço e jantar. Para após o jantar descalços e com cuecas os calções,
entrava para o largar após a passagem de um pouco de água pelos seus pés e só
saiam do lagar quando o vinho apresentava em suas pernas aquela cor de
vermelhão e da balsa a subir para um fermentação perfeita. Vindima que em
muitos dos casos e atendendo às quantidades de ramadas e seus donos, não faziam a sua apanha
condignamente e deixavam sempre para trás uns pequenos cachos de uvas, chamado
“ O rabusco, que nós quando crianças subíamos as mesmas ramadas pelos suas
videiras e aqui e ali, saboreávamos consoladamente esses maravilhosos vagos “.
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