quarta-feira, 30 de novembro de 2016

A primeira tipografia de Cambra

E foi este também “ o pioneiro tipografo em nossa terra “, de nome senhor Arlindo Ribeiro, sendo mais tarde tratado e mais conhecido entre nós por “ Arlindo da Tipografia “, que veio de terras de Carrêço – Viana do Castelo, pela mão do saudoso e muito amigo, senhor Fernando Bastos da casa de Areias, para iniciar na Rua Doutor Domingos de Almeida Brandão, a primeira Tipografia de Vale de Cambra, que se passou a ter o seu símbolo como “ Gráfica Cambrense”.


Este conceituado Tipógrafo, chegou com sua família e foram habitar no “ Vale, casa do senhor Domingos Serralheiro”, aqui permaneceram longos anos e rapidamente começou por adquirir amizades e a ensinar o seu saber a alguns Cambrenses, ainda jovens e desses alguns aproveitaram o seu ensinamento e hoje continuam na arte por ele ensinada.
Este senhor Arlindo, começou por frequentar clientes desde Arouca a Sever do Vouga, com pedaleira, motorizada e mais tarde carrinha, o seu patrão Fernando Bastos, confiava nele toda a sua totalidade, os empregados correspondiam cabalmente, tornando-se numa Oficina Gráfica de elevado prestígio.
Este passado: deixou memórias a muita gente de Cambra e não só, porque tanto o patrão como todos os empregados, eram comunicativos e trabalhavam para o engrandecimento do mesmo e nas horas vagas após o almoço nesta mesma rua, com uma bola nos juntávamos e jogávamos para a baliza, que era o portão do Mercado e o encarregado geral, sempre que saia da Oficina, nunca se esquecia do lápis atrás da sua orelha era um jeito habitual para o atender do cliente em qualquer momento e em qualquer local.

sábado, 26 de novembro de 2016

O alegre e divertido Amândio Cerieiro!

Este saudoso era natural da RABACEIRA – CASTELÕES, solteiro a sua profissão era um conceituado Entalhador-Carpinteiro.

Mais tarde emigrou para o Brasil, onde permaneceu longos anos e regressou às suas origens, mas com alguns problemas de saúde, que o impediu de continuar no serviço que ele, tanto gostava.
E em certas quadras do tempo ele, saia de sua casa e vinha até à Vila, nunca deixava de trazer com ele qualquer coisa para o entusiasmar, mas principalmente eram ramos ou flores . Parava na rua ou em qualquer estabelecimento e tinha sempre o cuidado e educação de oferecer a uma mulher ou menina e dizia: “ Este ou esta flor é para a menina mais bonita de terras de CAMBRA “ …

Foram muitas as vezes que ele, se dirigia ao Salão de Festas “ Almeida & Freitas, sempre bem vestido e convidava uma ou outra menina, para dançar e gentilmente ia ao bolso do seu palitó ( casaco)e retirava o lenço e colocava-o no ombro da madame para não sujar o seu vestuário.
Ausentava-se sempre num jeito de respeito e vénia, levava por vezes o seu joelho ao chão correspondia com um trato afável e nunca se aborrecia com quem quer que fosse porque era um ser humano alegre em demasia e deixou, em todos nós CAMBRENSES, muitas memórias … 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Momento alto do nosso Valecambrense (1962-63)


Foi no Campo das DAIRAS, que na final disputaram com A.D.VALONGUENSE, no dia 28 de Abril de 1963, empataram por 2-2 e tornaram-se Campeões da II Divisão Distrital de Aveiro.





A DIREÇÃO ERA CONSTITUÍDA :
Pelos dinâmicos e saudosos António de Almeida Ribeiro (Sobrinho), Alceu Ferreira e outros, mas estes foram os mais criativos, nas obras do campo e na aquisição de treinador e alguns jogadores, enquanto se aguardava as aquisições, necessárias para a constituição da equipe, tiveram a ajuda do competente desenhador, que tinha vindo dos lados do Porto, para a Firma Arlindo Soares de Pinho Ldª, que foi o saudoso e amigo, António Domingos Lage, que em suas horas vagas e com algum conhecimento, muito contribuiu no campo das Dairas, para que do “ Desporto- Rei “, levando-o a ressuscitar …

O treinador apareceu, foi o saudoso “ José Tavares, que tinha passado pelas fileiras durante longos anos na União Desportiva Oliveirense e trouxe consigo, também um prestigiado guarda-redes, “ o Bernardo “. O jogador “ Léo era estudante no Porto e com amizade que mantinha com colegas veio dar uma ajuda ao nosso clube os restantes jogadores eram fruto dos Torneios e de jogos particulares que anteriormente se realizavam, por vários campos e locais.

O Guarda de Campo e sapateiro, era o senhor Manuel Valquaresma.
O Roupeiro e assistência aos jogadores, era o saudoso “ Artur Fóle “,que nunca se esquecia de nos intervalos dos jogos, nos oferecer um copo de chá de casca de limão da conservadeira, que sempre o acompanhava no decorrer de todos os jogos.

O bar foi explorado muitos anos pelo saudoso e grande amigo o Àlvaro do Café, para mais tarde outros amigos que foram os irmãos “ Correias”, que deixaram o do campo para outro bar, no terreno do “ Nel Pirócas “ ficando por longos anos com essa exploração.

sábado, 19 de novembro de 2016

O interior do Mercado Municipal (anos 50)

Memorizar, passadas tantas décadas, aquele que foi o nosso Mercado Municipal, desde o ano de 1925, trabalhava aos sábados e Domingos, assim como em dias 9 e 23 de cada mês.
Aqui neste interior tinha todo o tipo de comercio geral, aos dias de feira e nos restantes dias, só trabalhava pela manhã.


Mais tarde se realizava ali todo o tipo de inventos, e sempre com a esplanada do café avenida, a funcionar diariamente em horários normais, apresentava sempre ao seu estimado público umas merendas, almoços e jantares sempre bem confeccionados pelo seu dono e filho orlando, acompanhado pelos empregados da época os saudosos senhor João gomes e Álvaro.
Nas horas vagas se entretinham a jogar umas cartas e dominó.
Estas foto, sou eu e o saudoso António do Alceu, no ano de 1958.

Passou-se uma linda Feira Popular, com representação das melhores empresas da época e comércios, enormes festas e cantares vindo de todos os lados do país e inclusive tivemos um ringue para combates de boxes, se porventura o tivéssemos mantido, hoje teríamos um dos mais bonitos e prático do país, pois nele se criaram muitos seres humanos e tínhamos no seu exterior, comércios úteis e produtivos ao desenvolvimento da terra.

Hoje temos: um parque de estacionamento S.A. cuja a sua luz de ocupação, está sempre com a cor verde. E com um montante de divida no orçamento da câmara de milhões e com muita dificuldade no seu entendimento no plano de aprovação.
Porque segundo informações o parceiro privado colocou os passos do concelho em tribunal…

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

CONSERVADORES DE OUTRORA


Num Mundo que se julga destinado a atravessar os umbrais da eternidade, fadado para grandes destinos, a morte é um tabu vergonhoso – eu represento um mundo cheio de mortos, de pessoas que amei e que foram desaparecendo até não restarem senão retratos e eu próprio como testemunha desses tempos.
São pessoas amáveis, mas desaparecidas; sou um sobrevivente da minha própria vida e sou um conservador que sempre vivi de acordo com a natureza e com o antepassado.
Falar hoje desta que foi a primeira Estalagem em Vale de Cambra, gerida nessa época, pelo dinâmico gerente, senhor Firmino Valente da Silva Matos, situada na então Avenida dos Combatentes da Grande Guerra (hoje é Avenida Camilo Tavares de Matos), anos passados esta mesma estalagem passou a ser dirigida pela família “ ZÉ GLÓRIA “, alterando o seu símbolo com um lindo galo em ferro forjado à entrada da sua porta principal, a anunciar a Pensão Vale do Caima, que passou a servir toda a clientela de imensa amizade e com gastronomia de excelente qualidade.
Mais anos se foram seguindo e tudo se foi alterando, passou a ser “ Agência Comercial de Cambra, com todo o tipo de motorizadas, bicicletas, artigos elétricos e a famosa aparelhagem acompanhado sempre pela motorizada e seu atrelado, pelo seu condutor e fiel empregado, “ Manuel Gato da Costa- Formiga, que tinha autorização do seu patrão Engenheiro Abel da casa de Areias, para todos os tipos de eventos que ele com elevado conhecimento produzia e colocava alegria em todos os lugares, que se tinha comprometido. 
Depois foi Adega, Restaurante e Café (Masócay), dos gerentes senhor Mário Santos e Fernando Soares, este senhor Fernando Soares, ainda hoje está no ativo e no mesmo local com a exploração desta vez “ Café- Restaurante Parlamento. Na parte de cima esteve por alguns anos instalada a “ Segurança Social “.
Hoje neste prédio que era pertença em sua totalidade do “ Solar de Areias a dona Marianinha, que comandado tudo e todos “. Temos o Banco Novo, o Parlamento, a Assembleia e nada mais.
Mas outrora: era Estalagem, Pensão, vivenda Dr. Abel Gomes de Almeida, depois a casa de Artigos de Pesca “ Soares & Oliveira, Farmácia Matos e redondo o Consultório do Doutor Abel (diga trinta e três), mais tarde o seu cunhado Dr. António de Areias.
Outrora estas Avenidas: Combatentes e Camilo Tavares de Matos, do lado esquerdo quando se subia, tínhamos a Lacto –Lusa, Lda., a propriedade do senhor Manuel Padeiro e família, assim como o Colégio, a casa do Regueifinha e sua família, seus cunhados Barbosa e Valente, depois a propriedade do senhor Agostinho Cubal (hoje Café Xénu e outros estabelecimentos), já que o restante eram terrenos de cultivo - hoje tudo isto são construções enormes incluindo o Cinema, que neste momento se encontra ao serviço dos “ Chinês “.

E na foto acima com os três jovens na Avenida Camilo Tavares de Matos, é bem visível a quinta e casa “ das Tamancas (hoje o nosso Santuário).

sábado, 12 de novembro de 2016

O INTELECTUAL

O INTELECTUAL
BARBEIRO DA AGUÁLVA


Na sua humildade, sempre acompanhada de respeito e sabedoria.
Sempre que ele, tinha necessidade de vir à sua sede de Concelho, tratar de assuntos ligados à sua vida profissional, eram dias de Festa.
Por vezes ficava por alguns dias, nos comeres e beberes, nas melhores casas de pasto, ou pensões, da nossa Vila.
Era pessoa comunicativa, dialogava lindamente, com esmerada educação, para com todo o seu semelhante, mas por vezes excedia um pouco na bebida, que o tornava castiço e com frases repletas de muita alegria em tudo o que se apresentava para dizer.
Partiu, mas deixou como memórias, histórias importantíssimas, como:
“ Esta de um dia aparecer junto das portas da sede do Concelho, e na devida altura o seu Presidente era o saudoso doutor “ Armindo de Matos, (Farmácia Matos), e ele proclamava, mas em voz alta “ , ESTE GOVERNO É UM LADRÃO “.
Chamou à atenção das autoridades locais, que levou a GNR, a comunicar o acontecido ao Senhor Presidente que de imediato apareceram às portas da “ CÂMARA “…
E o senhor Doutor, dize para ele: “ Ó homem você não pode falar assim: e ele responde, então matei um porco à oito dias e já não tenho carne nenhuma…
  
“ Calmamente e num tom de pessoa culta e educada diz ele :
“ Ó Senhor Doutor, então diga-me lá o Governo da minha casa é ou não é um ladrão: -Matei um porco à oito dias e já não tenho carne nenhuma “ …

sábado, 5 de novembro de 2016

Futebol nos anos 50/60

FUTEBOL NOS ANOS 50/ 60

Recordar é viver, para quem se lembra desta “Académica de Cambra“, que além destes craques existiam muitos mais, que honraram estas cores e a sua terra.

A Académica surgiu nos anos anteriores aos torneios organizados e já deixava nessas épocas a sua classe e forma de jogar, pois já era constituída por elementos de algum conhecimento no mundo do futebol, não tinham salários e a sua direção eram mesmo todos os atletas que envergavam estas cores de paixão de alguns estudantes que frequentavam a Universidade em Coimbra e daí as mesmas cores da briosa.
Foram fracassando lentamente, por falte de organização e dinheiros para suportar as despesas necessárias à sua continuação nos campos pelados, que eram os que mais se usavam  nessas épocas.
E seguiu-se o Despertar, apoiado dinamicamente pelo Armindo Ferreira Salvador, com equipamento totalmente branco e com alguns elementos de prestigio a acompanha-lo numa divisão que sua tia “ Zulmira da Pensão Cambrense lhe facilitou graciosamente na  mesma   mas os seus impulsos também fracassaram, até que chegaram vários torneios, na Raposeira – Macieira e nas Dairas, que na sua maioria eram organizados e que muito contribuíram para uma força desportiva apoiada por alguns elementos de elevada craveira financeira e apaixonados pelo desporto, pois alguns desses elementos, também em tempos idos, fizeram parte do grupos que Cambra teve…
Nos anos de 1954, surgiu o primeiro torneio de futebol em Macieira e no Campo da Raposeira, com a participação de vários lugares, freguesias, firmas e familiares que se organizaram para tal efeito.
Passados cinco anos ou seja no ano 58/59, no campo das Dairas se organiza o segundo torneio muito mais vibrante e com equipas  reforçadas com elementos vindos de outras origens do Distrito e não só, sendo por tal, possível no decorrer destes torneios, a escolha de vários elementos, jogadores e pessoas entusiasmadas pela coletividade, que deram motivo ao Ressurgimento da Associação Desportiva Valecambrense…