sábado, 13 de outubro de 2018

A NOSSA SENHORA DA “ LAGE“

A NOSSA SENHORA DA “ LAGE“ 

Que sempre se realizou no dia 3 de Maio e de cada ano. 

E já com décadas que lembram como antigamente se caminhava por carreiros, caminhos e algumas estradas sem condições dos veículos desses tempos com algumas rodas, outros com quatro e na sua maioria com duas rodas, como o era o uso normal das motos , motorizadas e bicicletas, porque o seu acesso a este sagrado local, era bastante difícil e na maioria dos seus peregrinos o faziam novos e mais idosos, por estes acessos apeados e em números devidamente agrupados por convites antecipados e em muitos dos casos já ficavam de um ano para o outro. Seguiam de vários pontos do Distrito, em Festa e com a sua devoção a esta “ Milagrosa e muito isolada Capelinha da Nossa Senhora da Lage “. 

Para quem a conheceu, como foi o meu caso à mais de meio século, apeado desde o meu habitar, mais tarde de pedaleira, motorizada e por último em carro, hoje se reconhece, que tudo na nossa vida muda. 

Estes emblemáticos montes, cercados pelas suas pedras, que a mãe natureza, aqui as deixou para que as suas elevadas verduras, dessem motivo nesses tempos à criação e produção de gado bovino de raça Arouquesa e quantidades enormes de Caprinos e Ovinos, que de manhã à noite por ali, faziam as suas pastagens, com a guarida dos seus pastores habituais. 

Dos lugares da Castanheira, Murejal, Albergaria das Cabras, Mijarela e Freita, eram estes que mais gado movimentavam, por todo este solo sagrado e que de ano a ano, esta Festa marca um Tempo. 

MIZARELA: lugar típico deslumbrante, atraente, que divide os Concelhos de Vale de Cambra e Arouca, e segundo informações colhidas foi neste local, que nasce o famoso Rio Caima, e que águas deslizam entre estas rochas e que queda provoca uma altitude encantadora para todo o seu visitante e entre riachos vem a ajudar ao enchimento da Represa Duarte Pacheco, que ajuda imenso ao aumento do caudal do nosso encantador Rio Cai
ma. 


E foi aqui neste local, que nasceu o famoso rio Caima, conforme o mostra a foto. 

Tempo que vai passando e deixa as suas marcas e as suas memórias por ele e por quem as viveu, dando por tal, motivo a todo aquele que as gravou, desde o seu viver nestes momentos, para que hoje as transmita para todo aquele ou aquela, que o desconhece profundamente, mas que sempre será motivo, para mesmo fora do dia da Nossa Senhora da Lage, fazer um visita em Fé e apreciar esta natureza encantadora, que ela nos reserva.


O PASSADO, que se lembra quando nestas alturas da “ Romaria “, homens destas localidades, se muniam com uma caixa feita de madeira e a propósito, com a imagem dentro, ao seu ombro e vinham em grupos de três, mais tarde dois e por ultimo somente um, que pediam esmola em todo o nosso Concelho, para realizarem esta festa e a sua procissão, sempre neste dia mês e de ano a ano, porque no seu local, nessas épocas eram imensamente difícil suportar essas humildes despesas e procuravam a ajuda, com a esperança de fazerem sempre o melhor, em honra desta “ SANTA “, tão comentada entre nós e Concelhos Circunvizinhos. 



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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

"OS FOTÓGRAFOS DO PASSADO" 

Tivemos com varias décadas dos melhores fotógrafos do País, na nossa terra. 

O Pai e filhos Sousas, que no decorrer dos anos se multiplicou com sua esposa e filhas, nos casamentos , batizados e em todos os eventos que se realizavam, eram para tal, convidados porque eram na realidade artistas de elevada competência, no exterior e interior dos seus estúdios e arranjos das fotos, que para tal, se responsabilizavam em retocarem e com muita vaidade, tinham todo o cuidado de usar os seus lápis de carvão e mãos cuidadosamente firmes em tudo aquilo que se proponham a entregar ao seu estimado cliente, serviço de elevada qualidade, que todos eles adoravam fazer. 

“ ESTES SOUSAS FOTOGRAFOS “, muito contribuíram para a beleza do nosso Concelho, assim como deixaram ao nosso “ MUNICIPIO “, elementos fotográficos e seus derivados que constituíram um autentico “ MUSEU “, Municipal para demonstrarem ao publico e seus passantes pela nossa terra na Biblioteca Municipal, milhares de fotos do Passado, que por todos eles “ FAMILIA SOUSA “, foram tiradas, reveladas e imprimidas nas longas décadas da nossa história… 


Que passaram de pais para filhos, finalizando com esta Filha do senhor Manuel Sousa, a Dona Maria Isabel Freire (Belinha do Fotografo), que mais alguns anos demonstrou tudo aquilo que tinha aprendido com os seus pais. 


Mais para tarde apareceram alguns fotógrafos, entusiasmados pela mesma arte, e em titulo de brincadeira: procuraram em casa de seus pais um compartimento o mais escuro possível e pequenas dimensões e lá começaram mesmo brincando, a revelarem umas fotos, para as pessoas mais íntimas e familiares. Foram eles, o António Bastos Pinho e o seu amigo e vizinho Manuel Leite Martins, estes acabaram com a mera brincadeira e ficou só o Manuel Leite, com o estúdio em casa de seus pais, que o melhorou e prolongou por alguns anos como “ FOTO LEITE “, já com alguma qualidade, ainda com um pouco de habilidade aos sábados e Domingos, quando convidados, os senhor Carlos Charló e os Castelonenses, António Bastos ( Turra ) e de Cabril, que faziam as suas reportagens com as suas máquinas e depois entregavam aos mais entendidos e com condições os serviços que tinham executado. 

Depois destes apareceu o “ FOTO PINA, de Arlindo Martins com sua esposa e Filhos, dando mérito aos seus anteriores, também correspondeu drasticamente com muita capacidade brio profissional em todo o NOSSO CONCELHO, com duas lojas ao serviço. 

Depois destes o maravilhoso e também muito bom profissional, o senhor David Marquês, com sua família que também se movimentou na Cidade de Aveiro, com uma loja e neste momento continua ao serviço em Vale de Cambra, para todos nós com elevada qualidade. 

E Para todos estes “ FOTOGRAFOS DO PASSADO “, que muito contribuíram para a nossa beleza, o relembrar daquilo que fomos e somos, são mais do que dignos desta minha singela “ HOMENAGEM “, por tudo de bom que fizeram em prol, da nossa TERRA, deixando “ IMAGENS INESQUECÍVEIS “ … 

Mas principalmente a toda a “ FAMILIA SOUSA “, porque foram os pioneiros e deixaram para o nosso Município um historial de longas décadas de milhares de fotos do “ PASSADO “ … 

E que, também deram motivo para vários volumes ordenados e mandados encapar, pela Doutora Maria da Graça e seu Marido, que se encontram expostos, para serem revistos na BIBILIOTECA MUNICIPAL e para a sua venda e escolha do Publico em Geral. 

sábado, 6 de outubro de 2018

FIGURAS CARISMÁTICAS DO PASSAD

“ FIGURAS CARISMÁTICAS DO PASSADO “ 

O PATARRECO, António Ferreira da Silva, um Cambrense exemplar, na sua juventude foi um fiel colaborador da então “ Franeve de Chico Neves “, na estrada nacional nº 224, ( hoje Avenida Infante D. Henrique, galeria pronto a vestir Nazaré e outros, foi também um conceituado sapateiro durante longos anos, com a sua entrega ao domicílio e na sua sempre cuidadosa motorizada e com o seu serviço esmerado feito por ele e pelo seu empregado António Pucareiro, que finalizaram na sua oficina no velho Mercado Municipal, ao lado do Portão Sul. 


Sua esposa Alcinda era uma colossal cozinheira, assim como em horas vagas tinha sempre um momento para dedicar umas quadras à sua terra e a várias coletividades, com às Marchas de Santo António e a alguns dos Ranchos que tivemos em Vale de Cambra, os Canário do Caima, Unidos e outros que durante alguns anos contribuíram para a beleza e que deixaram bem patente todo o seu saber não só na nossa terra, como por outras que nos fizeram representar com danças e cantares, ligadas à nossa região. Esta dona Alcinda, tinha mesmo um dote muito poético e quando estava na cozinha as suas quadras saíam como os condimentos para os tachos e panelas, era mesmo muito completa em tudo aquilo que se proponha a fazer, na culinária e nas suas quadras era totalmente autentica, popularidade nunca lhe faltou e sempre com um sorriso próprio da sua maneira de o ser, foi cozinheira longos anos do senhor Neves, sócio da Lacto Lusa Ldaª., daqui casou e se tornou como uma “ Grande esposa e MÃE “… 


Passados anos, foi trabalhar como cozinheira, para o Restaurante Masocay, na Avenida Camilo Tavares de Matos ( hoje Restaurante Parlamento e Novo Banco . Ali se manteve por algum, até que um dia e após algumas conversas na Sapataria com o convívio de muitos dos seus amigos, que era constante, falou-se na montagem de uma tasca para a sua esposa, o que veio a acontecer rapidamente e que o seu símbolo ficou como o que ainda hoje existe a “ ADEGA 21 “. 

Foi na realidade um carismático da nossa terra, muito alegre divertido, amigo do seu amigo, estava sempre presente nos momentos mais úteis à sociedade, deixava mesmo a sua própria vida comercial para estar ao lado de quem dele necessita-se, resumindo em poucas letras “ GRANDE HOMEM “, que tivemos connosco em todo o seu viver, bom marido e “ BOM PAI “. Assim foi sempre este saudoso PATARRECO “ 


Ao memorar hoje este carismático e que é muito digno de ficar em memórias do Passado e dizer que o “ Tempo é um rio, você nunca poderá tocar na mesma agua que passou, nunca passará mais provavelmente, mas deve-se aproveitar cada minuto da nossa vida e LEMBRAR “ … 

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

O HUMILDE MESTRE

“ O HUMILDE MESTRE MAS COM ELEVADA COMPETÊNCIA COMO EMPREITEIRO EM TERRAS DE VALE DE CAMBRA "

Para quem conheceu, trabalhou e negociou com este senhor Hermínio Correia dos Santos “ BARRACA “, assim o era mais conhecido e tratado nos nossos meios, natural da freguesia de Vila Chã-Vale de Cambra.

 
Homem muito honesto, trabalhador, que fez dele uma das figuras mais comentadas e prestigiada da nossa terra, pela sua qualidade de serviço e prontidão em executa-los, “ palavra dada era honrada “, ajustou e concretizou muitos dos maiores prédios de Cambra, juntamente com o seu filho Martinho e vários operários de muitos locais, mas eram em mais quantidade da Portela, Relva e Vila Chã. 

De muitos dos prédios que ele, construiu da sua competência, fui mais comentado, como exemplo de mestria “ O CINEMA “, porque inicialmente foi muito complicado com as suas fundações, começou por aparecer bastante água no solo após a abertura do desaterro e que de motivo a que o Arquiteto, António Bandeira e Engenheiro César Máximo, elementos muito valorizados no Norte do País. E ao notaram bastantes dificuldades, em controlarem a nascente da água que gorgolhava no local, para o inicio desta esplêndida obra, que tinha sido entregue pelo seu autorizado Administrador o saudoso “ Manuel Henriques Tavares de Bastos, a este maravilhoso e incansável empreiteiro, que tivemos ao nosso serviço durante muitos anos, com elevada classe, honestidade e prontidão. “ Que era o Senhor Hermínio Barraca “ era um empreiteiro, completo na sua maneira de ser, sem qualquer tipo de vaidade, mas sentia imenso a sua forma de o ser cumpridor, simpático e muito amigo do seu amigo, com as botas e chancas de atanado, muitas das vezes desapertadas e sem atacas, tudo resolvia com bastante eficácia e o que se deve à sua capacidade e ao seu esforço assim como o brio de um profissional no ramo como em nossa terra tarde ou nunca terá alguém que o possa imitar, as suas qualidades literárias eram as da época, que se exigiam e que na maioria dos casos os pais não tinham possibilidades para dispensarem os seus filhos para mais elevados voos ligados à sua inteligência, seguindo outros rumos e não o da pá ou picareta, que amargamente o faziam para corresponderem aos desejos dos seus, como foi o caso.


E outros pais desta época, aguardavam a saída dos filhos da escola para os colocarem nos empregos, já combinados com a entendida patronal, para começarem a trabalhar e a contribuírem para o sustento dos seus lares. 

Este senhor Hermínio Barraca, sempre usou a sua simplicidade, a pé de pedaleira e mais tarde na motorizada de marca “ Expresso “, comprada ao senhor Urgel Costa Leita e cor azul, lá seguia ele, o seu destino para todas as obras que tinha em curso e à sua responsabilidade, não fazia muito uso dos travões da mesma, utilizava muito os pés no chão para segurar melhor a motorizada, que nos últimos anos era sem dúvida a sua predileta companhia para a toda a parte. 

Ordenou e concluiu imensos prédios por Vale de Cambra e não só, mas aquele que lhe ofereceu mais gozo e honra em seu nome foi este “ CINEMA “, que foi concluído e Inaugurado em 11 de Julho de 1970, com a presença do Secretário da Informação e Turismo, Governador Civil e Autoridades Distritais e demais Autoridades Concelhias. 

Foi um grande Empreiteiro na nossa terra e um exemplar marido, pai , avó e bisavó, que deixou muito bem vincado o seu prestígio e o seu saber a todos nós CAMBRENSES e que fica como MEMÓRIA … 

“ Barraca era o seu alcunha, mas prédios, 

De elevada envergadura ele a fazer se proponha, 

Que deixou o seu bom nome muito bem vincado; 

E que partir deste momento, também vai ficar como memória, 

Num livro de Vale de Cambra no PASSADO” …

sábado, 29 de setembro de 2018

A PIONEIRA EM TERRAS DE CAMBRA

“ A PIONEIRA EM TERRAS DE CAMBRA “ 

Foi a Gráfica Cambrense, de Fernando Tavares de Almeida Bastos, que na Rua Doutor Domingos de Almeida Gomes, propriedade de seus pais, os Barões da Casa de Areias, aqui iniciou com elementos vindos das Missões do Couto de Cucujães e Carreço Viana do Castelo, elementos qualificados nesta arte e a eles, se juntaram muitos da nossa terra como primeiro emprego, tornando-se mais tarde como funcionários de perfeição e mesmo alguns depois de aprenderem esta arte seguiram as instruções recebidas deste que foi durante muitos anos o seu braço direito desta famosa “ Tipografia o senhor Arlindo Ribeiro “, que era o seu fiel encarregado geral, nesta que foi a primeira “ Tipografia em Vale de Cambra. 



Aqui nesta rua, se manteve longos anos ao serviço do nosso Concelho e outros circunvizinhos, com a visita do seu encarregado e outros com uma motorizada, que fazia parte da firma, andavam de Concelho em Concelho, à procura de serviço, para cerca de uma dúzia de elementos que constituíam a saudosa “ Gráfica Cambrense “, nesses tempos. O trabalho que era distribuído à Empresa, na sua maioria era pela amizade e altos conhecimentos do seu dono e da qualidade que se apresentava pelo seu encarregado em todos os conhecimentos profundos, ligados às Artes Gráficas. 

O Senhor Arlindo Ribeiro, era pessoa competentíssima e que esteve connosco largos anos, onde morou no lugar do “ Vale “, com a sua família, facilmente criou amizade no nosso ambiente e se tornou um funcionário de elevada competência e muito querido na nossa Terra. 


Com o passar dos anos e aumento do setor, foram obrigados a mudar para a Rua da Fábrica, ao lado dos atuais CTT e depois de mais alguns anos chegou o seu finamento nesta Arte. 

Mas da competência do seu encarregado no ensino a alguns Cambrenses, ainda temos hoje um dos elementos, que aprendeu a arte, sempre ao lado deste senhor Arlindo, desde a sua tenra idade, se organizou e fez uma montagem de uma colossal Tipografia em Entre-Pontes São Pedro de Castelões, que é a “ Gráfica Valedecambrense, cujo o seu proprietário é o Senhor António Martins da Silva e Família “. 


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

FEIRA DOS OVOS

“FEIRA DOS OVOS“

Assim o pronunciávamos e utilizávamos todo o seu acesso, assim como nos dias de feiras 9 e 23, se comercializava varias novidades, galinhas, coelhos, ovos e todo o tipo de carnes de porco, mais tarde a comercialização de porcos alentejanos, vindos de Loureiro – Oliveira de Azemeis, pelos “ Oliveiras das Peles, que os pesavam em bruto e assim os vendiam para abate e consumo da nossa população e outras circunvizinhas, que vinham às feiras, já preparados, com as notitas dentro das sacas de retalhos, para comprarem o porco para o seu governo durante todo o ano. 


Na compra e vende de ovos, tínhamos a Tia Venância e sua vizinha Maria das Figueiras, em Lordelo a Tia Leonor Pereira e suas filhas e que não compravam só nas feiras e mercados, também andavam de porta em porta a comprar às dúzias e na quadra da “ Pascoa Folar “, passavam pelas residências dos Padres, com enormes cestos de verga, contava quantidades de dúzias de ovos e depois carregavam nas Camionetas Amarelas e Azuis, para o Mercado da Cidade do Porto, para as Pastelarias e Restaurantes, escoavam todo o seu volume de ovos que se movimentavam em Vale de Cambra. Eram clientes na sua maioria já habituais e sempre certos no seu consumo, que deu motivo a que este negocio, que ainda hoje funciona com familiares da saudosa Leonor Pereira “ Saraiva “. 

Ovos que se transportavam cuidadosamente em cestos e gigas, para toda a parte, passando mais tarde a serem movimentados em caixas de madeira, depois em cartão, hoje na sua maioria é em plásticos próprios. 

FEIRA DOS OVOS: que deixou todo este movimento, que esteve ao serviço do passado, passando a movimentar roupas, barracas de comida e durante muito tempo esteve sempre patente e ao publico esta “ Barraca do senhor António Valente, como Pavilhão Oliveirense “, mas que entre nós era mais conhecido pelo senhor Valente das Panelinhas, que habitava no Moradal, com sua família. 


Para quem não lembra e desconhece a existência de um fontanário publico ao canto direito da Estrada Nacional, que a todas servia e que também se tornou muito útil aos famosos jogadores desses tempos que ali faziam a suas peladinhas e se lavavam e refrescavam nesse saudoso Fontanário Publico que tantos anos ali permaneceu e que deixou imensas saudades, principalmente todo aquele que se serviu dele. 

Hoje, é o largo João de Deus, depois da sua inauguração em julho de 1970, como Parque Infantil e repouso para qualquer idade, como o prova a foto embora que nos seus laterais ainda se mantenha nas paredes e em profundidade, gravado na massa o símbolo “ FEIRA DOS OVOS “, que não deverá ficar esquecida pelos nossos presentes e futuros governantes, porque são coisas do “ PASSADO “, e que se deveriam memorizar para sempre em honra daqueles que foram os seus padrinhos, com muitas dificuldades, pouca agua benta, “ mas com palavra dada, palavra honrada “, e assim o deveria ser, para que alguns dos seus familiares ainda existentes entre todos nós e que sentissem orgulho dos seus antepassados, lembrando o bem que eles, ofereceram às suas terras, deixando estes símbolos e locais como Memória. 



sábado, 22 de setembro de 2018

SENHOR ARLINDO

“SENHOR ARLINDO“

Arlindo Soares de Pinho, que de simples e humilde operário, na Empresa Almeida & Freitas Ldª, Fabrica de Latas, Serração de Madeiras e Caixotaria, que teve a sua fundada em 09 de Fevereiro de 1922, instalada na Gandra, sendo aqui o seu primeiro emprego. E que muito rapidamente se tornou num exemplar torneiro, que ordenava e fazia os cunhos e seus cortantes para o fazer das latas para o azeite, azeitonas, tintas e bolachas juntamente com outros colegas do mesmo ofício que na mesma Firma todos eram operários. Mais tarde pensou em estabelecer-se na sua garagem e nos fundos da sua casa de habitação, na Rua de Santo António, escolheu parte dos seus colegas que tinham mais conhecimento, nesta área, como foi o caso do Manuel de Almeida e Manuel Verdísco e outros, que foram os pioneiros, na sua primeira empresa e mesmo sem a sua companhia, começaram por administrarem os seus primeiros contactos com o publico, com as ferramentas, nas bancadas, forjas, que ali, tinham sido colocadas pelo seu novo patrão o “ SENHOR ARLINDO “ … 



Quando terminou o seu acordo vocal, que na época existia com os seus Patrões, se juntou a estes que por si tinham sido escolhidos e que passariam a ser os seus primeiros empregados, na sua primeira aventura da vida, como Empresário, em Vale de Cambra.

Atendendo ao seu dinamismo e qualidades no ramo da Metalurgia, lentamente se movimentou por todo o País, em visitas de arranjos principalmente nas áreas dos Lacticínios, começando por inventar e colocar nas mesmas as suas novas máquinas em fundição e peças inoxidáveis, criadas pela sua experiencia e sabedoria, não possuía qualquer curso, mas tinha-o adquirido na sua adolescência, “ como um curso de vida difícil “ e já, com família constituída por cinco homens, Álvaro, Armando, Armindo, Ilídio e António Jorge, deixou os fundos de sua casa e foi para o seu primeiro pavilhão, com melhores condições de trabalho e acumulou, uma estação de serviço, bombas de combustíveis e mais tarde venda de acessórios e carros novos. 


A Industria sempre bem ordenada, foi crescendo drasticamente neste sector, de tanques isotérmicos e de refrigeração, cubas, bombas e tuneis de refrigeração, assim como todo o tipo de acessórios em industrias diversas, por todo o País. Cresceu imenso o seu principal sector da Metalomecânica em poucos anos, mas também tudo se deve aos seus belos serviços prestados às empresas e publico em geral, assim como se deve ao seu fino trato, compromisso assumido, que não falhava e muito também pelos seus operários que correspondiam na sua integra com muita classe, em tudo que ele ou o seu encarregado geral, que durante trinta e três anos, esteve ao seu serviço e que foi o primeiro a tomar conta da sua primeira porta nos fundos da sua casa. “ Foi o Manuel de Almeida “

O movimento continuou em crescimento e houve necessidade de alterar o seu Pacto-Social . “ ARSOPI, INDUSTRIAS METALURGICAS ARLINDO S.PINHO LDª “. 


E foi destas Empresas e da doutrina dos seus mestres, que muitos dos seus empregados, depois de bem esclarecidos na arte e do saber deste “ SENHOR ARLINDO “, alguns deles o deixaram e partiram para novas e modernas Empresas, nas mesmas áreas, dando motivo a que o nosso Vale de Cambra, seja neste momento considerado a nível de Europa dos melhores . Foco dos primeiros: “ METALURGICA PROGRESSO “, Fernando Barbosa, Arlindo do Celeste e Mecito do Moinho, depois os Irmãos Valentes, Fernando e Nel e outras tantas que se espalham pelo nosso Concelho e que são na sua maioria o fruto do contacto e reconhecimento das Firmas do Senhor Arlindo Soares de Pinho .

SENHOR, titulo, respeito, sabedor, compreensivo, que o tornou num dos maiores beneméritos do nosso Concelho, além de outras, a ele se deve o atual “ Santuário “, pelo seu grande empenho nesta obra, que juntamente com outros validos elementos, que o acompanharam sempre de perto, mas este “ SENHOR ARLINDO “, foi sempre o primeiro em todas as situações, a que se deve “ LOUVAR , e deixar como memória estes tão poucos momentos lembrados da sua vida a que ele, prestou a todos os seus e à Comunidade da terra que o viu nascer, que foi o lugar de Lordelo- Vila Chã.

Passados cinquenta e cinco anos, lembrar esta ilustre figura é gratificante e justo merecedor da mesma. Quando me juntei à família do Senhor Manuel de Almeida, meu sogro e o mais fiel empregado, que tinha nas suas fileiras, além de compadre era um grande amigo, cujo o seu trato entre ambos “ era tio Arlindo e o Nel “., fui lentamente acompanhando em momentos de convívio entre patrão e empregado, que não precisei de muito mais tempo para verificar na realidade a amizade e o carinho, que existia entre ambas as partes, era mesmo de “ INOXIDÁVEL 316 SK …

QUE MAIS ARLINDOS COMO ESTE SE MOVIMENTE NA NOSSA TERRA …







quarta-feira, 19 de setembro de 2018

NO PASSADO ASSIM ERAM AS FAMILIAS

“ NO PASSADO ASSIM ERAM AS FAMÍLIAS “ 

Assim o era no passado, se reuniam em família, em amizade em casamentos, batizados, aniversários, convívios e em convites para festas e romarias, se muniam dos seus farnéis e merendeiros e a pé de bicicleta, motorizadas, carros e camionetas, lá estavam sempre estas famílias reunidas e com boa disposição junto das mesas, ou solos por elas escolhidas , com boa sombra e verduras, lá estendiam as mantas e toalhas levadas já a prepósito para tais eventos. 


Comiam e bebiam, cantavam e dançavam numa alegria constante e sempre com uma amizade pura e repleta de imensa fé em Deus e no seus convívios, sem egoísmos, falsidades e nunca a falta de palavra, nas coisas combinadas e tratadas, porque o “ SIM “, era sempre respeitado e honrado, depois de brotar dos nossos corações. 

Famílias e amigos, que se juntavam nas suas casas e em passeios combinados, num conjunto de várias pessoas com os seus carros devidamente completos e que nunca esquecia as cestas dos farnéis, para quando chegada a hora de comer, ali se distribuíam em volta das mantas e algumas mesas que tinham sido feitas a propósito para estes convívios familiares e amigos, que se realizaram durando muitos anos nesta fraterna amizade. E sempre se distribuía de uns para com outros os farnéis levados, como era encantador e belo, estas famílias que se entendiam sempre com elevada harmonia entre todos e todas, gerando uma amizade invejada por todo aquele, que não tinham maneira de os igualar. 


Em certas casas, o ambiente também sempre foi consolador, as portas sempre estavam abertas, as mesas repletas de boas comidas e bebidas, a satisfação dos seus donos era maravilhosa, as mesas sempre prontas e á disposição, de todo aquele ou aquela, que chegavam e faziam parte da mesma como família ou mesmo sem o serem, a sua surpresa era sempre bem vinda e completava como familiares e amigos e que muitos destes amigos apareciam mesmo de surpresa e se juntavam, onde sempre aparecia algo para o seu bom conforto, ao sentarem-se connosco e sociar de tudo aquilo que tínhamos no momento e outras que imediatamente apareciam, com o calor a vontade e da pronta amizade que sempre existiu nessas casas por muitos e longos anos, sempre assim o aconteceu. 

A amizade constrói-se cativa-se e quando pura não tem limites, não tem certificado, não tem hipocrisia ou fingimento da mesma. 

Amizade deveria ser como a matéria “ Aço Inoxidável “, que nunca enferruja e dura o seu infinito. 









sábado, 15 de setembro de 2018

O MEL

"O MEL"

Quando biológico e configurado com o seu local, onde estes primitivos “ Cortiços, construídos só com pedaços de cortiça, já com forma cilíndrica e que por mãos hábeis, são colocados ao sabor das suas abelhas e os aromas colhidos por elas, o torna mais saboroso na sua verdadeira qualidade é totalmente diferente das novas tecnologias. 



“ AS ABELHAS ENSINAM “, e que lições não dão aos homens, que são ou deveriam ser, guiados pela razão, essas abelhas movidas e dirigidas pelo instinto. Exemplo de vida e atividade social, em que cada uma tem a sua tarefa a cumprir e a cumpre com exatidão e com todo o cuidado. 

Depois de carregada do pólen , sem giros caprichosos, nem atrasos indolentes, rápida como uma seta e com um voo de precisão, ela entra na colmeia, onde prossegue o intenso trabalho da produção da cera e do mel. 

Ai! se os homens soubessem e quisessem dar ouvidos às lições das abelhas; se cada um soubesse cumprir, dentro da ordem e do amor, no lugar fixado pela Providência, o seu trabalho quotidiano !. Se os homens aprendessem a realizar por força da inteligência e da sabedoria o que as abelhas fazem por instinto, como melhor seria o Mundo!. 



Bem diferente é a borboleta que volteia de flor em flor, por puro capricho, da vespa e do zangão atrevido e agressores, que parecem não querer outra coisa senão o mal, a abelha penetra até ao fundo do cálice da flor, diligente, ativa e delicada. 

Descrever este trabalho com estas palavras: … Tudo trabalha, e o MEL ODORÍFERO , “ Cheira a Tomilhos “. 

Trabalhar com abelhas, na ordem e na Paz, os homens aprenderiam a saborear e fazer saborear os frutos das suas fadigas, o mel e a cera, a doçura e à luz da Vida cá na Terra. 

MEL, que em Vale de Cambra, iniciou à décadas com estes “ Cortiços amarrados com arames e colocados em locais mais protegidos e com muitas facilidades de escolha nos sabores dos “ Pólen “… 

Por vários homens, que escolhiam os seus melhores terrenos e outros, que pediam a pessoas amigas, para os colocar graciosamente, destes iniciais cortiços, que foram a causa da produção deste maravilhoso mel, que se começou a produzir em Terras de Cambra. 

E atendendo ao seu procurado produto, começaram por aparecer, no mercado mais Apicultores e com as chamadas “ Novas Tecnologias “, embalado em vasilhas próprias, rotulo e certificado do seu proprietário. 

MAS OS PRIMEIROS FORAM: 

Professor Gonçalo, Justino Maurício, Manuel Alfaiate de Cartim, Manuel da Decide, João Lavrador e o Henrique Tavares de Cabrum – Arões. 

E seguiram-se novas gerações, novas tecnologias, com todo o aparato ligado à Comercialização deste milagroso e maravilhoso produto, que temos em Vale de Cambra, já bastantes “ Apicultores “, com marcas e registos do mel, que colhem das suas Colmeias e o Certificam. 



sábado, 8 de setembro de 2018

O PAU, CAJADO, AGUILHADA E MARMELEIRO

“ O PAU, CAJADO, AGUILHADA E MARMELEIRO “

Assim se dava o seu trato, após o movimento entre mãos, nas Festas e Romarias, junto dos bois ou vacas, nos Serões pela noite dentro e nas Feiras de Gado.


Paus estes, que no passado eram muito bem trabalhados, também em Festejos e danças continuas, ao som das suas pauladas, que deliravam e outras que davam para gritar deixando na confusão os adversários mal tratados e com necessidade de serem socorridos, muitas das vezes em péssimo estado e a serem tratados pelo saudoso Doutor Abel Augusto de Almeida e seus ajudantes Mário Brando, Serafim da Viuvíta e Manuel Fernandes, que sempre lhes prestavam todo o cuidado necessário após o cozer dos golpes desses paus, com os agraves em latão, que cuidadosamente eram aplicados com as suas dedicadas habilidades com a ajuda daquele inesquecível alicate. “ Em muitos desses momentos a que eu, tantas vezes assistia, o Doutor Abel, só dizia aos feridos, se dói aguenta, porque eu, não te mandei fazer esse serviço “.

Grande profissional, que tivemos em nossa terra. Acompanhado sempre com rigor e saber, ensinou a muitos Cambrenses tudo o que estava ao seu alcance e durante o seu titulo de Membro da União Nacional, pelo nosso Distrito, assim como Delegado de Saúde, durante longos anos, este competente médico, sempre foi rigoroso e quando entendia, que as noticias não estavam corretas, “ Ele dizia este não falou “…

AGUILHADA: O pau, que depois de lhe ser colocado um prego ao seu centro e com o bico sempre bem afiado, dava lugar ao tocar na pele dos bois ou vacas, para os chamar ou endossa-los ao cabeçalho, para pegar no mesmo e seguirem os seus trabalhos, que estavam destinados pelos seus donos.

MARMELEIRO: Pau especial, devidamente preparado, depois de escolhido na mesma arvore, e que devido à sua flexibilidade, depois de utilizado deixava no corpo marcas duradouras , provocadas pela sua dureza e que não partia com facilidade.

PAU, CAJADO : que tudo segurava e foram tantas décadas que os usei, para pendurar os animais ( Carcaças ), que preparava no Matadouro Municipal e outros lados, com a sua preciosa ajuda, depois de devidamente escolhidos das qualidades das arvores que os produziam.

Estes paus, eram escolhidos e preparados por mãos hábeis e muitos deles eram depois vendidos em Feiras e Mercados, a preços simbólicos e à escolha do Pastor, Negociante de Gado Vivo e também muito usado por Barões e Viscondes da nossa Terra.

PAUS, que no passado também se usavam nas escolas e outros locais, para o uso da “ Bilharda e Pauta “, num jogo que delirava a juventude desses tempos e a Pauta também trabalhava.

“ Paus cuja a sua utilidade sempre se tornou útil,
Em tudo para que ele, era usado;
Tantos foram os anos que te usei PAU,
Até que, hoje por mim estas a ser LEMBRADO “ …, 
Abril 2018

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

DIVERSÕES DO PASSADO

"DIVERSÕES DO PASSADO"

Que remonta aos anos “ Cinquenta “, e que deixaram imensas saudades desses belos tempos, que pagávamos ( vinte e cinco tostões ), para as suas libertas entradas e para a satisfação de chamarmos entre braços e à escolha a rapariga, que mais nos interessava e que também melhor dançava, nestes salões de dança, que se encontravam abertos ao público em dias combinados, e existiam outros locais, que o faziam graciosamente, em todo o nosso Concelho. 

(Instalações Almeida & Freitas, década 20)

Recordá-los hoje é motivo de lembrar, a muitos desses dançarinos, que ainda se encontram entre nós e que também tiveram essa satisfação de mostrar em publico e às “ garotas desses tempos, como tão bem se dançava, no Ringue, no Almeida & Freitas, Casa do Povo de Macieira e no Castelo, assim como era frequente em Areias, na Maria Emília e no Adílio Amaral e noutros locais, que nos proporcionavam estes encantadores momentos tão felizes e vividos. 


Depois as desfolhadas, que na sua maioria eram de “ Borga, com convites das camadas jovens, filhas dos senhorios e dos caseiros, que as organizavam e após o milho transportado para o Alpendre ou Espigueiro, e o folhelho , de seguida também se retirava e depois das eiras totalmente libertas e devidamente varridas, com aquelas velhas vassouras feitas de giestas, luz da vela ou candeia, pétromaxe e de seguida apareciam os famosos acordeonistas, da zona que já tinham sido convidados para o convívio, que se ia seguir nessa dita e que eram muito habitual “ Estas desfolhadas de Borga“. 


Se divertia até altas horas da noite, com danças populares, tradicionais e com a vantagem de a qualquer altura da mesma dança, ter a liberdade de pedir licença ao par “ Homem “, dizendo isto é à Americana, o que muitas das vezes as coisas não corriam bem e provocava a confusão, no meio da dança e depois fora da mesma. 

Anos passados, apareceram ao Concelho varias casas de diversões e bares noturnos, que ficavam a funcionara até altas horas da madrugada, tivemos além desta Discoteca BILBLOS, a SEMNOME, e depois outras que também seguiram aos fins de semana com Bar e Salões de dança.



“ Desfolhadas que deixaram memórias, 
Pelas suas eiras, milho e folhelho, 
Que nos apresentava muita confiança; 
E que muitos foram os pares, que casaram após o seu par de Dança “.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

COMÉRCIOS DO PASSADO

"COMÉRCIOS DO PASSADO"

Pois que tudo era diferente, além das lojas e dos variadíssimos ramos de negócios abertos ao publico. Existiam os ambulantes, que de lugar em lugar, percorriam apeados com ou sem animais, proclamavam ao som da gaiata, ou da sua voz aguda o produto que desejavam comercializar. 


Os animais como estes da foto, que carregavam as vasilhas com azeite que se vendia a granel, pelas mãos hábeis e muitas das vezes, cansadas pelo excesso de trabalho e com longas horas de serviço, que diariamente fazia de lugar em lugar, ao toque daquela bonita gaiata que anunciava a sua chegada, para comercializar o azeite, petróleo, carboneto e paus de sabão, para satisfazerem, todo o habitante, que constituíam o nosso Concelho, e nesses tempos as suas dificuldades, eram imensas e não tinham meios para se deslocarem aos grandes centros, para se abastecerem das suas necessidades mais prioritárias. Com o passar dos anos se foi modificando o sistema, com as éguas e burras, atreladas à carroça, puxando drasticamente este veículo de duas rodas e com o seu condutor e vendedor de todos esses produtos, mais uns paus de sabão, azul ou de cor rosa, azeitonas pretas e figos de seira em pacotes feitos de papel de mata murrão e colocado no seu fundo com cola de cimento, para quilos e meios quilos ao pedido do cliente, que sempre era visitado, em dias certos e horário programados. O ambulante, que ali aparecia nesses lugares que já estavam destinados por eles, como escala de serviço e lugares a serem visitados. 

Além destes azeiteiros que tivemos longos anos na nossa terra, vindos como “ Pioneiros “, dos lados da Lousã, com suas famílias primitivas, como o foram os “ LIMAS “, que começaram por constituírem mais elementos e que muito depressa se multiplicaram por cá, constituindo esmeradas famílias, das quais algumas seguiram as doutrinas dos seus Avós e País, mantendo o mesmo ramo de negócio. 

Depois começaram por aparecerem também de porta em porta os “ Padeiros, Talhantes, Carvoeiros, Sardinheiras, Frutas, Roupas e Atoalhados de vários pontos do País. Hoje motivado pelos grandes espaços que foram aparecendo, que deram a origem a que tudo quase fosse ao seu final. 


Existem ainda alguns lugares, que não deixaram as suas maneiras de o ser, adquirindo sempre aos Domingos após o final da missa, as suas compras para o dia a dia e governo de suas casas de semana para semana. 

E é de homenagear e lembrar hoje todos estes ambulantes do meu conhecimento e outros, que no passado tanto palmilharam terras de Cambra, à procura do seu ganha pão e que contribuíram imenso, para o bem estar dos mesmos, que sabiam à partida de que estes ambulantes nunca faltavam com os respetivos produtos, nos dias certos, que por eles, estavam programados e não só vendiam, como também compravam, galinhas, frangos, coelhos, ovos, milho batata e vinhos.. 


Recordo: As Padeiras, Tia Felicidade, Maria do Mário Brande, Tia Laura de Cabril o António do Ramos e sua mãe, Lucinda de Cartím e tantas mais que o fizeram de lugar por lugar, com um enorme cesto à sua cabeça, vendiam e entregavam pelo madrugada o pão que estava encomendado do dia anterior e que na maior parte dos casos, deixavam em local combinado em sacas de pano, feitas de retalhos que deixavam penduradas, nuns pregos que ali estavam a prepósito nas portas. 

Nas carnes a Maria, Lucília e Arlindo do Tomás Gomes, a Tia Mariana de Baçar, a Teresa do Lourenço da Farrapa e outros, que também os seguiram andando a vender de lugar em lugar, com cestos à cabeça e as carnes embrulhadas em frações de quilo, meio quilo, nas embalagens de papel de mata murrão. 



Nas sardinhas: a Maria do Gregório do Outeiro e a Maria José do Almeida Manco, Isaura da Formiga, Dolores e Irmã do Rossas de Ramílos a Ermelinda de Gaínde e a Bértulina de Macinhata 

Peixeiros: A Tia Quitas e sua filha Rosa Sardinheira, o João Peixeiro de Ramilos e sua esposa, o Romão da Arrifanínha e esposa. 

Na Fruta: A Maria do Bornes, Serrado, Amélia da Quintã de Castelões

sábado, 25 de agosto de 2018

REFEIÇÕES DOS CASEIROS E JORNALEIRO

"REFEIÇÕES DOS CASEIROS E JORNALEIROS" 

Assim era a alma Cambrense na Agricultura, que retrata o quotidiano, que após dias árduos nas propriedades dos senhorios, nos intervalos e no seu final, saboreavam desta forma umas refeições com melhor qualidade. 



As suas mesas era mesmo assim: mantas que eram feitas de retalhos, estendidas pelo solo e encima de palha de milho ou outra, assim lhes era servida as refeições, que vinha ser entregues pelas criadas dos grandes donos das “ Quintas que Vale de Cambra, tinham distribuídas por vários locais e em quantidades “. 

Homens e mulheres destas épocas, que trabalhavam de sol a sol, nestas propriedades, com jornas humildes e refeições também reduzidas e controladas, pelos senhorios destas enormes quintas e campos que existiam em nossa terra, nesses tempos que o braço humano, bois, vacas, charruas, arados e outros utensílios ligados à agricultura, que tanto trabalharam na nossa terra e contribuíram para o seu engrandecimento, nos produtos agrícolas, na criação de bons gados, vinhos, leite, batata e todo o tipo de cereais e que bela terra nos oferecia. 

Todo este seu esforço humano e com animais, era natural que deixou a todos eles, prestígio e vaidade pelos terrenos que cultivavam, mesmo sabendo que eles, não eram seus. Tratavam-nos com elevado amor, distribuíam com os seus donos a maquia combinada e depois a sua parte era controlada, com harmonia, nos seus gados e na sua família. 

CASEIROS: que tivemos bastantes vindo de vários pontos do País, mas principalmente das terras de Cinfães, Castelo de Paiva e Arouca, que chegaram e na sua maioria, gostaram e ficaram com suas famílias e multiplicando-se, alguns desses hoje, são Empresários e passaram a senhorios das terras que antes eram dos seus anteriores patrões. 

E nesses tempos, tanto carro de milho se vendia assim como batata, centeio, castanha e milhares de litros de vinho e leite … 

JORNALEIROS: Também eram muitos, que se ofereciam a esses donos “ Senhorios de grandes volumes agrícolas “, pela simples comida, dormida e roupa e uns miseráveis escudos e nem sempre a horas e momentos da sua necessidade, para terem uma melhor situação de vida, porque muitos desses não tinham regalias em casa dos seus pais e viram assim obrigados a procurar de terra em terra e de lugar em lugar. 

“ Caseiros e Jornaleiros, que em Cambra foram tantos, 
Vindos de tantos lados do País, à procura do ganha pão; 
Na sua maioria por cá ficaram, porque sempre trabalharam, 
Com muita Paixão “. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

OS EVENTOS NO VELHO MERCADO

“OS EVENTOS NO VELHO MERCADO “

Memorizar, passadas tantas décadas, aquele que foi o nosso Mercado Municipal, desde o ano de 1925, trabalhava aos sábados e Domingos, assim como em dias 9 e 23 de cada mês. 

Aqui neste interior tinha todo o tipo de comercio geral, aos dias de feira e nos restantes dias, só trabalhava pela manhã aos sábados Mais tarde se realizava ali todo o tipo de inventos, e sempre com a esplanada do café Avenida, a funcionar diariamente em horários normais, apresentava sempre ao seu estimado público umas merendas, almoços e jantares sempre bem confecionados pelo seu dono e filho Orlando, acompanhado pelos empregados da época os saudosos senhor João gomes e Álvaro, Vinhas e Joaquim Bastos. 

E de muitos desses inventos que ali se realizavam, foco este, que remonta ao ano de 1960, com este panfleto, que guardei até hoje e que indica esses mesmos “ Danças e Cantares “, que organizou a Atual Assembleia de Vale de Cambra e que ainda se encontra viva, mas sem esta força que inicialmente os seus Administradores o programavam com enorme entusiasmo. É também de recordar com imensa saudade a impressão do mesmo panfleto, que o seu encarregado, senhor Arlindo Ribeiro, vindo de Carreço-Viana do Castelo e com empregados da Firma Gráfica Cambrense, de Fernando Tavares de Almeida Bastos, seu proprietário, os mandava para publico, depois de terem sido devidamente encomendados para estes e outros inventos, que se realizavam neste saudoso MERCADO. 

Esta fota, mostra a inauguração da Feira Popular, com a entrada da nossa Banda de Musica e Ranchos Folclóricos, pelo portão topo Sul e num entusiasmo verdadeiramente repleto de loucura, pelo acontecido pela primeira vez no Concelho. 


MERCADO ESTE : Que no seu exterior era constituído por variadíssimos comércios e vários ramos, com apoio na sua maioria dos seus familiares e que muitos desses familiares ali nascerem e se criaram, por longos anos deste que foi o nosso encanto e muito útil prédio, que muitas décadas esteve ao nosso serviço e dos visitantes, que ficavam maravilhados, quando visitavam o nosso Vale de Cambra, aqui encontravam, Cafés, Tascas, Talhos, Combustíveis, Notários,Tabacos, Oficinas de Motos e Motorizadas, Barbeiros,Casas de Fruta, Tanoeiros, Mercearias,Oleiros, Marceneiros, Sapateiros, Aferidores e até Teatro e a Casa da Musica, enfim eram um autêntico “ Super da actualidade”, tínhamos aqui neste “ Quadrado “, todas as necessárias comodidades para o dia a dia e foi também um autentico prédio que deu guarida a muitos Cambrenses e também aqueles que para “ Cambra vieram trabalhar “.vindos de vários pontos do País”. 

MERCADO ESTE: que no seu exterior, além de variados comércios diferentes, também muito contribuiu, para o nascimento e crescimento de muitos seres humano, que sentirem muita tristeza e ficaram desolados pela sua demolição. 

Estas foto, sou eu e o saudoso António do Alceu no ano de 1958, no seu encantador interior, 

Passou-se uma linda Feira Popular, com representação das melhores empresas da época e comércios, enormes festas e cantares vindo de todos os lados do país e inclusive tivemos um ringue para combates de boxes, se porventura o tivéssemos mantido, hoje teríamos um dos mais bonitos e prático do país, pois nele se criaram muitos seres humanos e tínhamos no seu exterior, comércios úteis e produtivos ao desenvolvimento da terra. 

Hoje temos: um parque de estacionamento S.A. cuja a sua luz de ocupação, está sempre com a cor verde. E com um montante de divida no orçamento da camara de milhões e com muita dificuldade no seu entendimento no plano de aprovação. 

Porque segundo informações o parceiro privado colocou os passos do concelho em tribunal…

sábado, 18 de agosto de 2018

FIGURAS QUE EM CAMBRA, ALTAMENTE FORAM COMENTADAS

“ FIGURAS QUE EM CAMBRA, ALTAMENTE FORAM COMENTADAS “

SENHOR ARMANDO TAVARES DA SILVA

“ O ARMANDO COSTEIRA “

Casou com Alcina Soares de Almeida, que oito filhos lhe deu, cinco homens e três mulheres, criados ao sabor da educação e de fé que receberam destes maravilhosos pais, que iniciaram arduamente a suas aventuras, nos bordados e no comércio que sempre o dinamizaram em terras de CAMBRA.


O Senhor Armando Costeira, de muito jovem se apaixonou pelo volante das Camionetas, acabando mesmo por fazer parte da “ Pioneira frota de camiões que Cambra teve e que transportavam todo o tipo de mercadoria para todo o País, mas muito mais os queijos e a manteiga das nossas colossais Fabricas de Laticínios que longos anos tivemos connosco.

“ TRANSPORTES BASTOS & SILVA Ldª “ Começaram com a sua sede, na travessa do Jardim e nos fundos da casa do senhor Armando Costeira, que foi sócio fundador, na companhia do outro sócio senhor António Bastos (Con adro) e assim permaneceram muitos anos com esta maravilhosa empresa, que deixou o seu símbolo, altamente vincado por toda a parte do nosso Portugal.



Iniciaram com carros mais modestos, os dois sócios para mais tarde terem ao seu serviço motoristas carenciados, como o foi longos anos o senhor Fausto da Arnestina, Zé Vandalho, Hirmínio Brandão ( Caraga ), Jorge Valquaresma e outros, mas com o passar dos tempos, a Empresa, começou por adquirir carros como este da foto, no ano de 1965, tirada em Lisboa, com o motorista “ Alberto Valquaresma, que era o seu genro, e sempre trabalhou para a Firma, e que a sua maioria era trabalhada, pelos seus mais diretos familiares, como os seus filhos e genros, sempre no ativo. O José, Agostinho, Evaristo, genros: Artur Bastos, Alberto Valquaresma e Manuel Tavares, ladeados sempre com os maravilhosos e ativos ajudantes de motoristas, O senhor Diamantino Rebrensas, Maurício, Alberto Galinha, Belmiro Chêdas e outros. Na contabilidade sempre estava no ativo o seu filho Urgel, que tomava conta das encomendas a entregar por estes saudosos “ VOLVOS “, que em Cambra tivemos por longos anos ao nosso serviço e para toda a parte do País, é de lembrar e reconhecer estas viaturas que além das mercadorias, a entregar aos seus estimados clientes, também foram imensamente úteis, a muitos dos soldados da terra em boleias oferecidas graciosamente até aos quartéis, onde prestavam o seu serviço Militar. Por tudo isto que esta frota do “ Senhor Armando Costeira “, contribuiu para o bem de Vale de Cambra, hoje é digna de ser lembrada como coisas do PASSADO e que vai ficar em escrito como “ MEMÓRIA “.

“ Volvos que tantas saudades deixaram,
Sempre apresentaram esmerado serviço com dedicada canseira;
Pela competência e sempre alegre, do seu Administrador,
O Senhor Armando Costeira “ .

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

QUEM FORAM OS LEÕES DA SERRA

“ QUEM FORAM OS LEÕES DA SERRA “ 

Foram dois sócios, que se uniram depois de terem servido outros Porqueiros , que em Vale de Cambra, trabalhavam e comercializavam todo o tipo de Suínos ( Porcos ), vendiam e trocavam nas feiras, mercados e às portas. 



O Manuel Ferrador e o António do Vacabranca, que largos anos, foram sócios, com Carrinha, preparada para os apanhar dos currais do seu criador, depois de nas suas pedaleiras e motorizadas os terem negociado com os seus donos e marcarem o seu dia de carga, transportados para repouso e tratamento, dos seus aspetos e os mesmos eram colocados nas carrinhas, assim como seguia as jaulas devidamente preparadas, para os cercar no lugar marcado pelos fiscais da localidade, após o pagamento do seu bilhete e nunca esquecendo a saca com o grão de milho, que após a cerca colocada no local indicado, lhe era mandado pela mão do negociante uns grãos de milho, para os manter mais calmos e convidar simpaticamente o seu possível comprador, que após o negócio eram marcados com um giz de cor para os levarem a casa do seu futuro dono após o final da feira ou mercado. 



OS LEÕES DA SERRA: 

Trabalhadores, muito sérios percorriam muitas feiras e mercados a nível do nosso Distrito e não só, sempre à procura do seu bem servir, com qualidade e assistência aos porcos ( suínos, que compravam e vendiam ). 

A sua assistência aos mesmos era muito eficaz, pois que o seu sócio Manuel Ferrador, era pessoa bastante entendida no mundo do gado, devido à sua adolescência, ter trabalhado sempre com o seu pai, na oficina a preparar todo o tipo de calçado, para cavalos, bois e vacas, que o tornou muito competente, motivando-o como elevada paixão, enquanto viveu connosco, estava sempre atento a toda esta área, que se dedicou e adorava corresponder simpaticamente a todas as situações que estes animais lhe apresentavam e necessitavam da sua sempre pronta ajuda. 

Atendendo aos seus elevados conhecimentos, fez dele, um autentico Veterinário, nas necessidade dos animais, prestando-lhe sempre a sua total ajuda em qualquer sitio ou lugar. 

“ Leões da Serra, grandes Comerciais do nosso Concelho, 
Que deixaram nome por todo o lugar, 
Que vendiam e compravam gado; 
Hoje como homenagem, falo de vós em coisas do Passado “.

sábado, 11 de agosto de 2018

LEMBRADOS CINQUENTA E SETE ANOS DEPOIS

“ LEMBRADOS CINQUENTA E SETE ANOS DEPOIS “ 
Foi nesta Estação, que em Maio de 1961, cheguei com o Senhor Augusto da Pinha ( Falante ) e a sua motorizada de Marca N.S.U, com a cor cinzenta, para juntamente com o Zé Carvalho, entrarmos naquela velha carruagem e estacionarem no Quartel das Caldas da Rainha, para de seguida, embarcarmos no Navio-Barco, que já estava destinado para nós e nos deixar na Província da INDÍA, para o cumprimento do nosso dever como Militares em serviço obrigatório. 


Chegados ao Quartel, no dia seguinte fomos os dois alertados pelos altofalantes do mesmo, para comparecermos à presença do Comandante o Coronel Fernando Viotty de Carvalho, o qual após a nossa apresentação com a devida vénia e na sua presença, nos foi dito, que não embarcávamos para a missão que nos tinha sido confiado porque na Escola de Cabos e na Especialidade escolhida tínhamos sido dos melhores do Regimento e que ficarias ali, porque eramos ali necessários nestas Especialidades.

Foi um dia delirante na Velha Cidade das Caldas da Rainha, principalmente para nós os que ficamos e muito triste para os nossos colegas de Companhia que partiram. “ Principalmente os Cambrenses Manuel Mascato e António Pina, de Burgães e da Quintã de Castelões”, que sempre me acompanharam durante toda a recruta e preparação para Embarque, que tínhamos sido escolhidos no ano de 1960.

Estes e outros colegas embarcaram com o destino à INDÍA e nós ficamos, nas Caldas, fazendo mais uns meses até que tivemos a noticia, que estávamos novamente mobilizados para fazer parte do Batalhão de Caçadores 114 e representarmos a C.CAÇ. 116, com destino imediato para ANGOLA… Embarcamos em Lisboa no dia 28MAIO de 1961, a bordo do NAVIO NIASSA, que nos deixou em LUANDA, no dia 09JUNHO, desfilamos pela linda Marginal e Estacionamos no Liceu Feminino, que estava em Construção. Acampamos ali por oito dias, seguindo para a Barragem das Mabubas, por mais por mais uns dias para recebermos instruções sobre a “ Guerra que íamos enfrentar contra os chamados terroristas”. 


E no mês de Junho, lá estávamos nós a lutar com o inimigo, no percurso do Rio Lifune, Quicabo, Biríl,Balacende, Quissacala, Quipetêlo, Beira-Baixa e Nambuangongo.

E foi precisamente no dia 07 SETEMBRO, que sofremos, aquele que foi considerado o maior ataque, do Norte de Angola durante todo o nosso percurso, a lutar com o inimigo. “ QUISSACALA “, a todos nós deixou até hoje memórias inesquecíveis.

E lentamente, seguíamos as picadas, as fazendas, abandonadas e o inimigo sempre se deslocava antes de nós chegarmos ao local que era ocupado por eles, deixavam em alguns dos casos, ainda fogueiras acesas, tudi isto a seguir ao primeiro ataque, pela madrugada no “ Môrro- Quanda Maua”, que deixou ali para sempre um colega da C.CAÇ 117.

Esta luta deu-se depois da CCAÇ 117, nos terem trazido as nossas viaturas e a primeira refeição a quente e na cozinha ambulante que se atrelava à “ G.M.C. “, nós tínhamos atravessado o Rio Lifune a nado, porque a ponte do mesmo estava destruída e apeados, em fila Indiana munidos do armamento que nos tinha sido confiado e o da época “ MAUSER, PARABELAM, CATANA F.RAMADA, GRANADAS DEFENSIVA E OFENSIVA “, assim seguimos o nosso destino, até pernoitar nesse inesquecível “ Morro-Quana-Maua”, que pela madrugada do dia seguinte estávamos as duas Companhias em LUTA, COM OS TERRORISTAS “. Foi o primeiro ataque que enfrentamos com o inimigo, que saiam do Capim, como se fossem formigas a sair dos buracos, foi delirante eram mais os gritos de desespero do que o manejo das armas, do lado do inimigo ficaram bastantes mortos.

A partir daqui, o dormir era pouco e nesse pouco era sempre com a MAUSER, junto do nosso peito e com a bala já na camara e pronta ao disparo. 


Após o termino do ataque, recebemos as nossas viaturas, que já se encontravam preparadas para a guerra, com as armas pesadas montadas nos Jeepes e jepões e devidamente protegidas com sacos de areia e chapas em ferro, só com a porta traseira em liberdade para em caso de necessidade saltarmos para a melhor posição de defesa e atacar.

Então seguimos rumo a “ QUICABO “. Onde nos esperava o Comandante do Posto senhor Miranda, mulato muito simpático aqui ficamos por algum tempo, depois de termos recebido algumas casas de colonos totalmente abandonadas e com escrito nas paredes em carvão deixado pelos turras, com a seguintes frases “ BATALHÃO DA MORTE UPA, HOLDEN ROBERTO , ANGOLA É NOSSA “.

E assim continuamos mês após mês, até ao cumprimento do nosso itinerário, com mais lutas e perdas de vidas, desde QUICABO, BALACENDE, QUISSACALA e QUIPETÊLO.

Passado o ano de lutas, regressamos ao CACUACO, descansamos cerca de trita dias e entramos no Barco QUANZA e fomos nele até ao LOBITO, tomamos o Caminho de Ferro de Benguela e só paramos passados muitas horas no LESTE, mais propriamente “ VILA TEIXEIRA DE SOUSA “. Naquele Quartel que ali existia e era ocupado pelos Dragões de Silva Porto.

Aqui não havia “ GUERRA “, controlávamos todos os pequenos pormenores e cativamos imensa alegria em toda a sua população e fazíamos o controlo das Fronteiras, do Katanga e Rodésia.

Também atenuamos a manifestação popular, que estava prevista para a tomada da posse do Quartel, na quadra do NATAL de 1962, onde enviamos para a Cidade do LUSO, mais que ceto e oitenta manifestantes de todas as cores e ideias.

Permanecemos aqui por cerca de ano e meio até regressarmos às nossas origens, em Julho de 1963, desde a Cidade do Lobito a Bordo do NAVIO VERA CRUZ, até LISBOA, chegamos a 24 do mesmo mês e ANO.