quarta-feira, 14 de junho de 2017

Assim se varria Cambra

Assim se varria Cambra


Mulheres e homens originais das nossas terras, chamados cantoneiros Camarários, como na foto o apresenta as mulheres “ Tia Maria do Conde e Isaura Sardinheira”, que as acompanhavam a tia Olívia, Alice do Evaristo e Irene,   assim como os homens “ Tio Crespim, Manuel Raposo, Manuel Pinho, Manuel Borges, naturais de Algeriz e de Castelões que com estas vassouras e outras que eles, faziam na Casa dos Cantoneiros da Câmara, que se situava no velho Mercado Municipal e com giestas verdadeiramente escolhidas para tal efeito, e que varriam eficazmente  toda a nossa Vila.
E depois de passarem rua após rua, deixavam uns montes de lixo e de distância em distância eram apanhados por este tipo de carro e descarregavam no Camião Volvo, que era conduzido pelo saudoso Isac que depois de totalmente cheio, o descarregava na Lixeira em Codal.
Estas duas varredeiras que mostra a foto, eram naturais da Formiga-Castelões, muito humildes, sérias e formadas com muita qualidade nos seus lares e a dona Isaura ainda nas suas horas vagas, pegava na caixa de sardinhas e na sua cabeça apregoava de lugar em lugar, vendias até chegar ao seu habitar. Sentia muito prazer em tudo aquilo que todos os dias fazia para o bem de si e dos seus e testemunhavam que o amor é um sonante nas nossas vidas e das pessoas. Também sentiam orgulho em tudo que se proponham a fazer, com elevada educação e muito respeito, dando imenso motivo a que todos estes cantoneiros fossem muito considerados por nós Cambrenses.
“ E como no passado já se dizia,
Que ele não reza à história; mas eu deixo,
Para os meus e em público,

Tudo isto que fica em Memória “.

sábado, 10 de junho de 2017

AS B.S.A. MOTOS

AS B.S.A. MOTOS


Começaram por apareceram nos anos “ Quarenta”, no nosso Concelho, eram ainda muito poucas desta prestigiada marca, mas sem qualquer dúvida o seu maior admirador dono e cliente foi sempre o “ Saudoso Zé Glória”. Um dos tantos resineiros, que apareceram em nossas terras, vindos de Albergaria das Doses, Concelho de Leiria e que os seus pais traziam nessas épocas alguns dos seus filhos, ainda jovens para a exploração das resinas. Se hospedavam em Pensões, casas de pasto e alguns alugaram casas e ali, viviam e trabalhavam arduamente de mato em mato, raspando e colocando as chapas feitas a propósito para a queda da resinas dos pinheiros nos vasos, para de tempo em tempo com bidões e pás devidamente preparadas para a recolha da resina para os bidões que depois de completos seguiam aos ombros robustos e fortes desses resineiros que os descarregavam para as camionetas que os esperavam em locais combinados .Eque trouxeram muita alegria, dessas terras de Leiria e que também foram muitos anos que o fizeram e ensinaram a muitos dos nossos, como se procedia a estas operações.Os anos foram decorrendo e muitos dos seus filhos e outros jovens que os tinham acompanhado, acabaram mesmo por namorar e casarem em terras de Cambra, fixando toda a sua vida entre nós e sua família que criaram e ficaram muitos até hoje connosco.


Porque falo e lembro estas maravilhosas motos “ B.S.A.”, que principalmente este senhor “ Zé Glória, sempre as conduziu e seguiram o seu gosto por elas, todos os seus filhos homens, que de muita tenra idade o faziam mesmo sem sua autorização de seu pai e as manejavam com elevada classe e saber. O seu pai as usava diariamente, pois era a sua enxada por todos os locais à procura dos pinhais que estivessem em situação de lhes serem extraídas as tão faladas resinas. Quando estes veículos, necessitavam de arranjo era sempre o seu cuidadoso e técnico o senhor Fuste, que as preparava mas mais tarde todos os seus filhos, além de as conduzir muito bem, também as sabiam arranjar, acabando mesmo por as desmontar na sua totalidade e voltar às suas origens. Os mais competentes era o “ Neca e o António”…
O Neca ainda hoje, continua com o mesmo bichinho destas famosas motos, chegando mesmo às coleções das mais antigas e que as estima com muito amor e paixão. 

quarta-feira, 7 de junho de 2017

UM DUO INESQUECÍVEL

UM DUO INESQUECÍVEL

O BASÍLIO E O COLINHO, exibindo cada um a sua espada em madeira, que o TIÃO, tão bem as fazias.


A foto é na casa do senhor Manuel do Ferrador, ( na Ponte da Gândra), que estava alugada a estas duas famílias e ainda à dona Maria do Bornes e sua irmã Odete, após o derrube do seus habitares que foi longos anos o saudoso Mercado Municipal.
Esta casa também mais tarde veio a ser demolida para a alteração da nova retunda, “ Comendador Ilídio Pinho “.
BASÍLIO “ Arreganha”, também assim lhe davam nesse passado o seu trato, carpinteiro era a sua profissão, assim como sempre ficou solteirão e sempre viveu com os seus pais e alguns familiares, também solteiro como o era o TIÃO, sempre trabalharam com os pais, na sua conceituada carpintaria e móveis de todo o estilo e modelos. “ O Tio Horácio Martins”, que após a suas vendas eram colocados em casa dos seus compradores em peças e na carreta, que os dois a transportavam e montavam as mesmas no local a combinar pelo comprador e tanto um, como o outro eram exímios condutores. Este senhor Basílio, mais tarde foi convidado pelo senhor Tomás Guilherme, agente Funerária da Freguesia, para que ele, tomasse conta do carro de quatro rodas, que recebia os corpos dos defuntos, nas urnas ou caixão e os deixava no cemitério.
Também sempre foi, um admirador nato pela nossa banda de música, chegando mesmo já na sua parte final de vida, a acompanha-la para vários locais do País, orientando todos os seus instrumentos.
E com todo o seu entusiasmo por ela, quase sempre deslizava pelas ruas da Vila ( hoje Cidade), assobiando aquela melodia que mais o convidava a executar. “ Assim como aplicava em solo e assobio, quando se juntava com alguém da sua inteira confiança ( não te fies que é mentira).
Argumentava com facilidade e idealizava pequenas histórias com elevada graça e á sua maneira as apresentava- em público. Tanto ele, como o seu irmão TIÃO, eram finos na invenção de construir e entalhar peças em miniatura, de móveis e outras que após prontas as ofereciam aos seus mais qualificados amigos, com muito agrado e mostravam por tal, imensa satisfação por tal ato conseguido. Estas duas figuras assim como tantas mais, que em CAMBRA tivemos, deixaram histórias, momentos muito gratificantes e memórias que não esqueceram mais, principalmente a todos aqueles que com eles, conviveram estes momentos enquanto vivos e o usufruirão para os testemunhar hoje.
        “  Memórias que são lembrança do passado,
            E que são dignas de ficarem célebres na história;
            Para quem ainda as recorda, são momentos inesquecíveis,
            Para quem as produziu e já partiu,
            Que o nosso DEUS, o tenha levado numa Santa Hora “.

sábado, 3 de junho de 2017

O EMBLEMÁTICO JACINTO DA RABACEIRA

O EMBLEMÁTICO
JACINTO DA RABACEIRA

A concertina era o instrumento que sempre o acompanhava, por todos os lados e sítios, para onde ele, se deslocava mesmo nos seus trabalhos diários de Carpintaria que era a sua profissão de excelência que CAMBRA, teve.

Também foi um caçador de elite, assim como uma companhia muito desejada pela sua postura de alegria e comunicação entre todos e em todos os locais, onde ele estacionava, esta concertina era imediatamente apanhada da sua carrinha, leva-a ao peito com elevada coragem e de joelho no chão, rapidamente saia umas melodias com alegria e paixão em si, e para todos os presentes que ocupavam os espaços, quando ele aparecia ou estava naqueles precisos momentos.
Que bom Homem, que era muito considerado por todos os habitantes da nossa terra e concelhos vizinhos, era muito honesto, cumpridor dos seus deveres, para com os seus e outros, deixou imensa saudade pelo seu fino caracter e sempre com boa disposição.
Normalmente em suas conversas, sempre apresentava como tema “ Está tudo à ESQUADRIA”., tornando-o ainda mais engraçado em toda a sua maneira de ser e do viver enquanto esteve connosco.
               “ Concertina ao peito alegrava tanta gente,
                 Com joelho no chão nunca dizia a melodia que sai;
                 Era amigo de todos e sempre foi,
                 Um excelente Pai “.
   
                Como carpinteiro era mesmo profissional,
                E muito competente; como caçador,
                Nisso também era mestre, mas sempre,
                Foi mais útil ao ter alegrado tanta Gente.

                Natural de Cartim-Castelões,
                Mas seu local de serviço na Rabaceira,
                Teve vários empregados e seus filhos a acompanhar;
                Mais para tarde trocou Cartim por Baçar.

               E CAMBRA, ficou mais pobre,
               Ao perder este Emblemático
               Que tanto amou e foi amado;
               Hoje eu, lhe dedico esta homenagem
               Em Valedecambranopassado…