sábado, 13 de julho de 2019

“ Caminhos d' Outrora “ 

Ranchos, Conjuntos e outros divertimentos, que se deslocavam para qualquer parte do País, quando tinham firmado o seu devido contrato, sendo o mesmo cumprido rigorosamente pelas suas Direções. 

RANCHOS: tivemos os Canários do Caima, os Unidos e os Infantis. 


CONJUNTOS : tivemos os Agras de Macinhata-Castelões e os Caimas.





ACORDIONISTAS: O de Merlães, António da Ribeira de Cavião, Quim da Padeira Barbeito, Magno Lordelo, Aurélio Santa Cruz, Silvério Rigueifeiro de Codal, Manuel António e seu irmão Pedro de Souto-Mau, Silvino Neves e seu Filho da Rabaceira, Brandão Algeriz, Tino Mouta e O inesquecível “ Jacinto da Rabaceira “. Todos eles, foram espetaculares, com todo o seu entusiasmo penetravam nos locais, que para tal estavam convidados, abriam o acordeão ou concertina e toca a delirar todos os presentes e muitos que ouviam ao passar próximo e também iam dar um pezinho de dança, mesmo sem terem sido convidados 

APARELHAGENS : O senhor Domingos Bastos ( boca aberta), primeiro colaborador o Aníbal das Escadinhas do Muradal, que era sobrinho dos “ Sousas Fotografos “ a Agência Comercial de Cambra ( Engenheiro Abel Casa de Areias ), com o seu competente empregado Manuel Soares ( O Gato), depois apareceram novos utentes no Mundo da musica, como o foram o senhor Manuel Santos de Cepelos e o senhor Avelino Tavares ( Neiras ), de Macieira- a- Velha, o Benjamim de Junqueira ( também era alfaiate sua profissão ). 

CAMINHOS D,OUTRORA : que nos levavam à procura destes divertimentos, apeados, pedaleira, motorizada e mais tarde de carros de aluguer, ou de amigos, cujo seus pais os tinham e que nós mesmo sem a devida carta de condução, nos deslocávamos à procura do melhor ambiente e quem sabe na escolha da possível namorada e futura esposa, quem em muitos dos casos, assim o aconteceu. 

Caminhos esses, que nos levavam para o nosso posto de trabalho, com acesso às estradas, para apanharmos as “ Camionetas Amarelas, Azuis e a CP, assim como algumas boleias de moradores de outros lugares, que já possuíam outros meios de transporte e nos facilitavam o seu lugar nas motorizadas ou carros, até ao local do Emprego. 

OUTRORA: tempos idos, que hoje se lembram e que a todo aquele ou aquela, que por eles passou, sofreu e venceu todas essas suas dificuldades da vida, para os que ainda se encontram entre nós os vivos, para que parem um pouco da sua mente e lembrarem com imensa saudade, todos essas fazes da sua vivência. 

“ Caminhos de Outrora, que estou a lembra agora, 
Pelos seus momentos por todos nós vividos, 
Se foram abandonando e até outros esquecidos; 
Seus nomes de sucesso já não mais lembram, 
Mas para sempre, fica em memória todos estes nossos, 
Conterrâneos que foram grandes Artistas “ …

quarta-feira, 10 de julho de 2019

“ PARA QUEM RECORDA, ESTAS PLACAS NA PONTE DA GANDRA “ 
Foto dos anos cinquenta, junto aos bancos que eram conhecidos como os bancos dos “ namorados”, eles hoje ainda existem, porque são pedra preparada à esquadria e que nos proporcionava, sempre um pouco de descanso, quando se aguardava a chegada das camionetas, amarelas, azuis e CP, para nos deixar no local desejado, Porto, Estarreja, O.Azemeis, S. João da Madeira e outros locais para o Norte ou Sul de Portugal. 


Sou eu, para o lado Norte e o meu primo Inácio para o lado Sul. 

Estas placas, feitas em cimento armado e com as pedras em mármore, que nos indicavam, para a nossa esquerda Oliveira de Azemeis 14 kilometros e Estarreja 26 Kilómetros a da direita nos dizia, Porto 42 kilómetros e S.João da Madeira 12 kilómetros. 

Como não havia a nova variante todos tínhamos que passar pela chamada e saudosa “Ponte dos Plames“, que nos deixava seguir o nosso itinerário desejado, para o Norte, já que para o Sul, tínhamos a Estrada Nacional pela mata do Dom José do Covo, até Cídacos, depois escolhíamos o comboio, carreiras, que nos colocavam também no local por nós desejado. 

E do nosso Vale de Cambra, quando não haviam as chamadas carreiras, muitos dos nossos habitantes fizeram a sua deslocação apeados para qualquer destas localidades indicadas pelas placas e quando não era apeado, os que tinham outros meios de se deslocarem os usavam como: as éguas os cavalos, bicicletas , carroças e mesmo carro com os bois, quando era necessário o transporte de mercadoria para o seu uso próprio e das propriedades. 

Este local além de convidativo para descansar a aguardar as camionetas, também era imensamente movimentado pelo acesso ao Moínho da Ponta da Gandra, do saudoso Tio Chico, que o movimentou também por muitos anos e que eram propriedade do senhor Bento do Pinheiro Manso, e que o mesmo dava lugar a que muitas raparigas desses tempos vinham ali, por ordens dos seus pais, fazerem a troca do milho pela farinha, deixando a sua habitual “ Maquia “, que era o lucro do Moleiro após a sua moagem, neste passado. 

Depois os mesmos moinhos foram também trabalhados pelos senhor Ismael Moleiro da Granja, acabando pelo seu total finamento dos “ Famosos Moinhos do Tio Chico Moleiro da Ponte da Gandra “. 

Assim como, a estrada de acesso às localidades já focadas, também teve o seu final e só é utilizada para os moradores locais, deixando para a retaguarda aquela que longos anos serviu de servidão para milhões de pessoas de camionetas, carros, carroças e todo o tipo de veiculo e pessoas que pretendiam chegar a terras de Cambra, ou saírem para outras localidades do País e do Mundo. 

“Ponte da Gandra e dos Plames, 
Que tanto uso vós o tiveram, 
E foram milhões e milhões que vos pisaram; 
Agora que já não são muito úteis, 
Ficará para sempre na consciência de quem vos Abandonaram“…

sábado, 6 de julho de 2019

MAGAREFES E TALHANTES DO CONCELHO NO SÉCULO VINTE 

Tomás Soares Gomes e seu irmão Avelino Soares Gomes, foram durante longos anos portadores deste ofício e arte, sempre na companhia dos seus mais diretos familiares. 

O Tomás, comercial em Areias e na Gandra, nos anos vinte, na rua Doutor Domingos de Almeida Brandão e o seu irmão Avelino no Antigo Mercado Municipal, mesmo defronte ao atual Café Sombrinha e Drogaria “ Zé Cubal “ hoje rua Padre Manuel de Oliveira e Engenheiro Duarte Pacheco. 

Eram irmãos só de pai, mas também primos, porque as suas mães eram irmãs, mas a sua amizade sempre foi de uma pureza tal, que se prolongou, sempre num entendimento perfeito, como o testemunha a foto dos dois na praia do Furadouro no ano de 1948, quando os seus filhos necessitavam de respirarem as águas do mar, para melhoria das suas saúdes e assim se manteve sempre essa amizade entre os dois e com todos os seus familiares, até às suas chegadas finais. Nos talhos e mesmo no Futebol, eram dinâmicos divertidos alegres e sempre prontos para ajudar em qualquer coletividade da nossa terra, porque tanto um como outro eram comunicativos e dotados destes bons nomes, que lhes foram confiados “ SOARES GOMES”, que os tornou muito conhecidos e prestáveis, por todo o nosso Concelho, com apenas a quarta classe, estes “ GOMES “, constituíram casas e lojas comerciais das melhores e mais famosas do nossa terra e que ainda hoje são memoráveis, pelo sua classe e seu serviço, que sempre prestaram aos seus conterrâneos e a todo o passante que visitava a nossa “ GANDRA “.

Fazendo parte desta família de elevada honra, à muito mais que meio século, na cidade do Porto, olhei para uma montra que ali estava exposta esta garrafa de Vinho do Porto, Tawny e não destinada à venda como o diz no seu rótulo e com o sobrenome “ SOARES GOMES “, entrei e não excitei em adquiri-la que a conservo até hoje. 

“ SOARES GOMES, eram quatro homens e que os seus nomes foram Tomas Soares Gomes, Avelino Soares Gomes, Rafael Soares Gomes e José Maria Soares Gomes 

MAGAREFES: A arte e ofício que lhes foi destinada no abate de todo o tipo de gado que tinham que amanhar e destinar diretamente para os seus talhos, sendo na sua maioria, trabalhado pelos seus familiares, como os pais e filhos, que longos anos no Matadouro Municipal de Vale de Cambra, ali aprenderam e ajudavam os seus, para uma vida melhor, com elevada qualidade, não escolhendo para tal, horários e dias para o seu melhor funcionamento, matavam preparavam, carregavam, salgavam, vendiam e brilhavam com muita simpatia nos balcões dos talhos dos seus Pais. 

TALHOS: O Tomás Soares Gomes, era proprietário de dois, sendo um junto do seu habitar no “ Alto da Peninha “, Areias-Castelões “, trabalhado pela sua esposa a “ Tia Quitas das Vitelas “, e alguns dos filhos mais velhos, o outro o principal, que lhe deu o prestígio em ser sempre o maior Talhante do nosso CONCELHO. 

Trabalhado sempre por ele, e quase todos os seus dez filhos, que por ali passaram, mas o que mais tempo o acompanhou em todas as suas tarefas comerciais, foram a Maria, Lucília e o Arlindo, que depois de ter cumprido o seu serviço Militar, foi o seu principal proprietário do Talho na Rua, Doutor Domingos de Almeida Brandão, no ano de 1964. 

O Meu tio Avelino Soares Gomes, era proprietário do talho, no Mercado Municipal, no Matadouro sempre com a sua mãe, Beatriz na ajuda do abate, de todo o tipo de gado a sua esposa e filhas, que também o correspondiam no juntamente com ele, assim como o faziam na casa de pasto todos os dias de feira, na rua Engenheiro Duarte Pacheco. 


Estes dois irmãos, sempre se entenderam mutuamente, tanto na sua pura amizade de irmão como no seu ramo de negócio e muito mais dentro dos campos de Futebol, porque ficaram em memória pelas suas paixões clubistas. O Tomás Gomes, pelo seu amor ao clube, nunca estava quieto no decorrer dos jogos por algumas vezes espalhava pelo chão as moedas que trazia do final do seu talho amarradas no lenço e com o decorrer das jogadas ele, disparava uns pontapés nos assistentes que estavam próximo dele. O seu irmão Avelino, também era um adepto apaixonante e num dos encontros, teve que se mandar abaixo do recinto de jogos, em fugida ao campo da sua sobrinha “ Maria “, sendo socorrido por ela mesmo, levando-o para o seu habitar. 

Sempre foram muito amigos e apaixonantes por tudo aquilo que mais gostavam 

“ Magarefes e Talhantes deste Século, 
Que tanto contribuíram para o engrandecimento, 
Destas terras de Cambra, com carnes de boa Vitela, 
Que procuravam aqui, ali ou acolá; mas para trabalhar, 
Em Talhos nessas épocas era um Alvará “ …

quarta-feira, 3 de julho de 2019

“ O COLÉGIO, O ESTABELECIMENTO DO NOVO MUNDO E SEU HABITAR “


Era na Rua Doutor Domingos de Almeida Brandão ( hoje é o Tribunal ), memorar hoje, esta que foi uma grande casa de pasto, assim como uma bela alfaiataria, casa de fruta, tudo em família, que sempre foram conhecidos pelos os “ NOVO MUNDO “.

NOVO MUNDO : Família com quatro filhos, três raparigas e um homem, mas as suas filhas, Albertina, Solidade e Esmeralda, todos foram comerciais, após terem organizado as suas vidas futuras, deixaram o estabelecimento dos seus pais, que era tasca e casa de pasto de elevada servidão e sempre com os melhores vinho da região, petiscos e refeições muito bem confecionadas, pela sua esposa e estas filhas, assim como aos dias de feiras, tinha sempre outras forças, que estavam já contratadas para estes dias, porque o movimento era mais elevado e sempre deixou bem patente a sua elevada qualidade, que deixou muita referência em terras de “ Cambra “. Todo este correr de casas era do seu património, na porta, seguinte e do nosso lado esquerdo era o seu genro Manuel Costa ( Lape), com uma esplêndida alfaiataria, com sua esposa e seu sobrinho Manuel, já que na porta seguinte era a sua filha com uma moderna e sortida frutaria, com muita qualidade, na companhia da sua única filha, Lurdes que mais tarde emigraram para o Brasil.

A sua filha Albertina era casada com o senhor Custódio, que durante algum tempo estiveram com os seus pais no estabelecimento, depois começaram a negociar por sua conta, nas feiras e romarias com barracas também de comes e bebes e sempre acompanhados pelas furgonetas que mostra a foto, que ele, tanto e cuidadosamente estimava e alterava de uma para outra peças, para que as mesmas sempre estivessem prontas a carregar e seguir o seu destino, para o seu ganha pão.

Esta foto, que nos mostra os noivos era o momento de espera, para subirem a escadaria do Salão de Festas da Firma Almeida& Freitas, para o começo da Boda ( Almoço ).

E antes dos convidados, penetrarem no Salão, para que tal, estavam convidados, entravam neste estabelecimento do “ NOVO MUNDO “, para saborearem alguns dos petiscos, que se apresentavam na vitrine do balcão feito de madeira, que assentava naquela terra batida preta e com as mesas também de madeira de pinho ou eucalipto, feitas a prepósito para este fim. Além dos petiscos, especiais e outro tipo de refeição diária, tinha sempre aos dias de feira 9 e 23, o famoso grão de bico com bacalhau, jardineira de vitela e a famosa vitela assado no forno a lenha.

COLÉGIO : que improvisado foi durante longos anos o local de ensino até ao 5º ano de muitos que já partiram e outros que ainda são “ Doutores, Engenheiro e tantos outros Cursos Universitários “, que aprenderam neste local, que mais tarde foi o Tribunal da Comarca e que era o seu dono o “ Tomasínho da Cavada de Cabril “.

“ Novo Mundo, símbolo que deixou história,
Pela sua inteligência serviço e qualidade;
Iniciou sua carreira na Gandra e projetou,
Toda a sua família na Vila do nosso Cambra,
E com muita pena, não esteve presente à transformação da CIDADE “ …

sábado, 29 de junho de 2019

“ Imaginação Criadora “

Deste que foi o nosso inventor de variadíssimas coisas, mas aquela que mais o honrou a nível Nacional, foi sem qualquer dúvida no passado estas suas “ FECHADURAS “, que o Senhor Augusto Tavares da Silva, que era natural de Janardo-Castelões, parou na Gândra e rapidamente se mobilizou com a sua elevada inteligência, nestas quatro fechaduras de sua autoria invioláveis, com as patentes: 17053, 19338, 19370 e 20157. 


E cada uma das mesmas, apresentavam os seus segredos: a 17053, fechadura luminosa, que funcionava sem a ajuda da luz.

A patente nº. 19338 : era uma fechadura de segredo inviolável.

A patente nº. 19370 : era uma fechadura sem lingueta e o seu punho do trinco era o único dispositivo para abrir e fechar.

A patente nº. 20157 : referia-se a uma fechadura de segredo com trinco e canhão, que permitia utilizar uma só lingueta com o fecho e o trinco ao mesmo tempo, podendo também funcionar 2 carmona de segurança.

Este senhor “ Augusto Sió “, que mais tarde assim começou por ser tratado e conhecida na terra, pelo seu valor de utilidade em tantos eventos que idealizou e sempre pronto a ajudar os clientes que tinham necessidade da abertura do seu cofre ou portas que por lapso tinham esquecido o seu código, ou chaves e ele, estava sempre presente e utilizava o seu saber, dando a liberdade as coisas e que muitas delas eram sempre executados por ele, mais tarde pensou numa oficina de “ Cromados e seus variados, no seu terreno na Avenida dos Combatentes ( hoje Camilo Tavares de Matos), com pessoal especializado para o bem servir do publico em geral

Além da sua imaginação, coragem e bastante inteligência, tinha também como acumulação a sua verdadeira fé.

Personalidade muito crente e decidido, mandou construir no seu lugar com imagem e nicho o “ Redentor no Alto de Janardo“, com a imagem do Nosso Senhor das Almas “, datado de 06/08/1936, e com alguns memorandos. “ Se és crente tens aqui o teu DEUS,

Se não és tens o teu Caminho “.


Também no seu prédio mandou abrir um espaço, Nicho para a colocação e intenção à Nossa Senhora da Piedade, “ Imagem essa que ainda se encontra, à disposição de todo aquele paroquiano e não só que tenha FÉ “, no mesmo prédio a seguir ao “ Nicho “, era a Oficina de Relojoaria do seu filho Salomão, depois o estabelecimento “ Leitaria da Lacto-Lusa Ldª “,para a seguir termos a esplendida “ Livraria Castanheira, com o seu sobrinho Manuel e o seu dono Firmino Castanheira, que era invisual “, mas que percorria toda a Vila, com a saca de ganga azul ao peito a bengala sinalizada na mão e assim distribuía todos os jornais diários e lotarias.

Este senhor, foi sempre muito querido na terra pela sua conhecida criatividade, amizade e postura que fez dele uma figura muito importante entre todos nós e que por tal, é digno desta verdade que se descreve dos meus poucos conhecimentos, mas sempre gostei de admirar todo o aquele ser humano, trabalhador, sério, amigo e prestável para com os seus e para todo aquele que lhe bate à PORTA, pedindo ajuda.

“ Bom homem, bom amigo e comentado inventor,
Deixou na sua família alguns seguidores;
Que se orgulham dele e do seu ensinamento,
E eu, no meu livro que indico muito pouco,
Do que foi o seu passado, mas fica como LOUVORES “ …