sábado, 13 de outubro de 2018

A NOSSA SENHORA DA “ LAGE“

A NOSSA SENHORA DA “ LAGE“ 

Que sempre se realizou no dia 3 de Maio e de cada ano. 

E já com décadas que lembram como antigamente se caminhava por carreiros, caminhos e algumas estradas sem condições dos veículos desses tempos com algumas rodas, outros com quatro e na sua maioria com duas rodas, como o era o uso normal das motos , motorizadas e bicicletas, porque o seu acesso a este sagrado local, era bastante difícil e na maioria dos seus peregrinos o faziam novos e mais idosos, por estes acessos apeados e em números devidamente agrupados por convites antecipados e em muitos dos casos já ficavam de um ano para o outro. Seguiam de vários pontos do Distrito, em Festa e com a sua devoção a esta “ Milagrosa e muito isolada Capelinha da Nossa Senhora da Lage “. 

Para quem a conheceu, como foi o meu caso à mais de meio século, apeado desde o meu habitar, mais tarde de pedaleira, motorizada e por último em carro, hoje se reconhece, que tudo na nossa vida muda. 

Estes emblemáticos montes, cercados pelas suas pedras, que a mãe natureza, aqui as deixou para que as suas elevadas verduras, dessem motivo nesses tempos à criação e produção de gado bovino de raça Arouquesa e quantidades enormes de Caprinos e Ovinos, que de manhã à noite por ali, faziam as suas pastagens, com a guarida dos seus pastores habituais. 

Dos lugares da Castanheira, Murejal, Albergaria das Cabras, Mijarela e Freita, eram estes que mais gado movimentavam, por todo este solo sagrado e que de ano a ano, esta Festa marca um Tempo. 

MIZARELA: lugar típico deslumbrante, atraente, que divide os Concelhos de Vale de Cambra e Arouca, e segundo informações colhidas foi neste local, que nasce o famoso Rio Caima, e que águas deslizam entre estas rochas e que queda provoca uma altitude encantadora para todo o seu visitante e entre riachos vem a ajudar ao enchimento da Represa Duarte Pacheco, que ajuda imenso ao aumento do caudal do nosso encantador Rio Cai
ma. 


E foi aqui neste local, que nasceu o famoso rio Caima, conforme o mostra a foto. 

Tempo que vai passando e deixa as suas marcas e as suas memórias por ele e por quem as viveu, dando por tal, motivo a todo aquele que as gravou, desde o seu viver nestes momentos, para que hoje as transmita para todo aquele ou aquela, que o desconhece profundamente, mas que sempre será motivo, para mesmo fora do dia da Nossa Senhora da Lage, fazer um visita em Fé e apreciar esta natureza encantadora, que ela nos reserva.


O PASSADO, que se lembra quando nestas alturas da “ Romaria “, homens destas localidades, se muniam com uma caixa feita de madeira e a propósito, com a imagem dentro, ao seu ombro e vinham em grupos de três, mais tarde dois e por ultimo somente um, que pediam esmola em todo o nosso Concelho, para realizarem esta festa e a sua procissão, sempre neste dia mês e de ano a ano, porque no seu local, nessas épocas eram imensamente difícil suportar essas humildes despesas e procuravam a ajuda, com a esperança de fazerem sempre o melhor, em honra desta “ SANTA “, tão comentada entre nós e Concelhos Circunvizinhos. 



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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

"OS FOTÓGRAFOS DO PASSADO" 

Tivemos com varias décadas dos melhores fotógrafos do País, na nossa terra. 

O Pai e filhos Sousas, que no decorrer dos anos se multiplicou com sua esposa e filhas, nos casamentos , batizados e em todos os eventos que se realizavam, eram para tal, convidados porque eram na realidade artistas de elevada competência, no exterior e interior dos seus estúdios e arranjos das fotos, que para tal, se responsabilizavam em retocarem e com muita vaidade, tinham todo o cuidado de usar os seus lápis de carvão e mãos cuidadosamente firmes em tudo aquilo que se proponham a entregar ao seu estimado cliente, serviço de elevada qualidade, que todos eles adoravam fazer. 

“ ESTES SOUSAS FOTOGRAFOS “, muito contribuíram para a beleza do nosso Concelho, assim como deixaram ao nosso “ MUNICIPIO “, elementos fotográficos e seus derivados que constituíram um autentico “ MUSEU “, Municipal para demonstrarem ao publico e seus passantes pela nossa terra na Biblioteca Municipal, milhares de fotos do Passado, que por todos eles “ FAMILIA SOUSA “, foram tiradas, reveladas e imprimidas nas longas décadas da nossa história… 


Que passaram de pais para filhos, finalizando com esta Filha do senhor Manuel Sousa, a Dona Maria Isabel Freire (Belinha do Fotografo), que mais alguns anos demonstrou tudo aquilo que tinha aprendido com os seus pais. 


Mais para tarde apareceram alguns fotógrafos, entusiasmados pela mesma arte, e em titulo de brincadeira: procuraram em casa de seus pais um compartimento o mais escuro possível e pequenas dimensões e lá começaram mesmo brincando, a revelarem umas fotos, para as pessoas mais íntimas e familiares. Foram eles, o António Bastos Pinho e o seu amigo e vizinho Manuel Leite Martins, estes acabaram com a mera brincadeira e ficou só o Manuel Leite, com o estúdio em casa de seus pais, que o melhorou e prolongou por alguns anos como “ FOTO LEITE “, já com alguma qualidade, ainda com um pouco de habilidade aos sábados e Domingos, quando convidados, os senhor Carlos Charló e os Castelonenses, António Bastos ( Turra ) e de Cabril, que faziam as suas reportagens com as suas máquinas e depois entregavam aos mais entendidos e com condições os serviços que tinham executado. 

Depois destes apareceu o “ FOTO PINA, de Arlindo Martins com sua esposa e Filhos, dando mérito aos seus anteriores, também correspondeu drasticamente com muita capacidade brio profissional em todo o NOSSO CONCELHO, com duas lojas ao serviço. 

Depois destes o maravilhoso e também muito bom profissional, o senhor David Marquês, com sua família que também se movimentou na Cidade de Aveiro, com uma loja e neste momento continua ao serviço em Vale de Cambra, para todos nós com elevada qualidade. 

E Para todos estes “ FOTOGRAFOS DO PASSADO “, que muito contribuíram para a nossa beleza, o relembrar daquilo que fomos e somos, são mais do que dignos desta minha singela “ HOMENAGEM “, por tudo de bom que fizeram em prol, da nossa TERRA, deixando “ IMAGENS INESQUECÍVEIS “ … 

Mas principalmente a toda a “ FAMILIA SOUSA “, porque foram os pioneiros e deixaram para o nosso Município um historial de longas décadas de milhares de fotos do “ PASSADO “ … 

E que, também deram motivo para vários volumes ordenados e mandados encapar, pela Doutora Maria da Graça e seu Marido, que se encontram expostos, para serem revistos na BIBILIOTECA MUNICIPAL e para a sua venda e escolha do Publico em Geral. 

sábado, 6 de outubro de 2018

FIGURAS CARISMÁTICAS DO PASSAD

“ FIGURAS CARISMÁTICAS DO PASSADO “ 

O PATARRECO, António Ferreira da Silva, um Cambrense exemplar, na sua juventude foi um fiel colaborador da então “ Franeve de Chico Neves “, na estrada nacional nº 224, ( hoje Avenida Infante D. Henrique, galeria pronto a vestir Nazaré e outros, foi também um conceituado sapateiro durante longos anos, com a sua entrega ao domicílio e na sua sempre cuidadosa motorizada e com o seu serviço esmerado feito por ele e pelo seu empregado António Pucareiro, que finalizaram na sua oficina no velho Mercado Municipal, ao lado do Portão Sul. 


Sua esposa Alcinda era uma colossal cozinheira, assim como em horas vagas tinha sempre um momento para dedicar umas quadras à sua terra e a várias coletividades, com às Marchas de Santo António e a alguns dos Ranchos que tivemos em Vale de Cambra, os Canário do Caima, Unidos e outros que durante alguns anos contribuíram para a beleza e que deixaram bem patente todo o seu saber não só na nossa terra, como por outras que nos fizeram representar com danças e cantares, ligadas à nossa região. Esta dona Alcinda, tinha mesmo um dote muito poético e quando estava na cozinha as suas quadras saíam como os condimentos para os tachos e panelas, era mesmo muito completa em tudo aquilo que se proponha a fazer, na culinária e nas suas quadras era totalmente autentica, popularidade nunca lhe faltou e sempre com um sorriso próprio da sua maneira de o ser, foi cozinheira longos anos do senhor Neves, sócio da Lacto Lusa Ldaª., daqui casou e se tornou como uma “ Grande esposa e MÃE “… 


Passados anos, foi trabalhar como cozinheira, para o Restaurante Masocay, na Avenida Camilo Tavares de Matos ( hoje Restaurante Parlamento e Novo Banco . Ali se manteve por algum, até que um dia e após algumas conversas na Sapataria com o convívio de muitos dos seus amigos, que era constante, falou-se na montagem de uma tasca para a sua esposa, o que veio a acontecer rapidamente e que o seu símbolo ficou como o que ainda hoje existe a “ ADEGA 21 “. 

Foi na realidade um carismático da nossa terra, muito alegre divertido, amigo do seu amigo, estava sempre presente nos momentos mais úteis à sociedade, deixava mesmo a sua própria vida comercial para estar ao lado de quem dele necessita-se, resumindo em poucas letras “ GRANDE HOMEM “, que tivemos connosco em todo o seu viver, bom marido e “ BOM PAI “. Assim foi sempre este saudoso PATARRECO “ 


Ao memorar hoje este carismático e que é muito digno de ficar em memórias do Passado e dizer que o “ Tempo é um rio, você nunca poderá tocar na mesma agua que passou, nunca passará mais provavelmente, mas deve-se aproveitar cada minuto da nossa vida e LEMBRAR “ … 

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

O HUMILDE MESTRE

“ O HUMILDE MESTRE MAS COM ELEVADA COMPETÊNCIA COMO EMPREITEIRO EM TERRAS DE VALE DE CAMBRA "

Para quem conheceu, trabalhou e negociou com este senhor Hermínio Correia dos Santos “ BARRACA “, assim o era mais conhecido e tratado nos nossos meios, natural da freguesia de Vila Chã-Vale de Cambra.

 
Homem muito honesto, trabalhador, que fez dele uma das figuras mais comentadas e prestigiada da nossa terra, pela sua qualidade de serviço e prontidão em executa-los, “ palavra dada era honrada “, ajustou e concretizou muitos dos maiores prédios de Cambra, juntamente com o seu filho Martinho e vários operários de muitos locais, mas eram em mais quantidade da Portela, Relva e Vila Chã. 

De muitos dos prédios que ele, construiu da sua competência, fui mais comentado, como exemplo de mestria “ O CINEMA “, porque inicialmente foi muito complicado com as suas fundações, começou por aparecer bastante água no solo após a abertura do desaterro e que de motivo a que o Arquiteto, António Bandeira e Engenheiro César Máximo, elementos muito valorizados no Norte do País. E ao notaram bastantes dificuldades, em controlarem a nascente da água que gorgolhava no local, para o inicio desta esplêndida obra, que tinha sido entregue pelo seu autorizado Administrador o saudoso “ Manuel Henriques Tavares de Bastos, a este maravilhoso e incansável empreiteiro, que tivemos ao nosso serviço durante muitos anos, com elevada classe, honestidade e prontidão. “ Que era o Senhor Hermínio Barraca “ era um empreiteiro, completo na sua maneira de ser, sem qualquer tipo de vaidade, mas sentia imenso a sua forma de o ser cumpridor, simpático e muito amigo do seu amigo, com as botas e chancas de atanado, muitas das vezes desapertadas e sem atacas, tudo resolvia com bastante eficácia e o que se deve à sua capacidade e ao seu esforço assim como o brio de um profissional no ramo como em nossa terra tarde ou nunca terá alguém que o possa imitar, as suas qualidades literárias eram as da época, que se exigiam e que na maioria dos casos os pais não tinham possibilidades para dispensarem os seus filhos para mais elevados voos ligados à sua inteligência, seguindo outros rumos e não o da pá ou picareta, que amargamente o faziam para corresponderem aos desejos dos seus, como foi o caso.


E outros pais desta época, aguardavam a saída dos filhos da escola para os colocarem nos empregos, já combinados com a entendida patronal, para começarem a trabalhar e a contribuírem para o sustento dos seus lares. 

Este senhor Hermínio Barraca, sempre usou a sua simplicidade, a pé de pedaleira e mais tarde na motorizada de marca “ Expresso “, comprada ao senhor Urgel Costa Leita e cor azul, lá seguia ele, o seu destino para todas as obras que tinha em curso e à sua responsabilidade, não fazia muito uso dos travões da mesma, utilizava muito os pés no chão para segurar melhor a motorizada, que nos últimos anos era sem dúvida a sua predileta companhia para a toda a parte. 

Ordenou e concluiu imensos prédios por Vale de Cambra e não só, mas aquele que lhe ofereceu mais gozo e honra em seu nome foi este “ CINEMA “, que foi concluído e Inaugurado em 11 de Julho de 1970, com a presença do Secretário da Informação e Turismo, Governador Civil e Autoridades Distritais e demais Autoridades Concelhias. 

Foi um grande Empreiteiro na nossa terra e um exemplar marido, pai , avó e bisavó, que deixou muito bem vincado o seu prestígio e o seu saber a todos nós CAMBRENSES e que fica como MEMÓRIA … 

“ Barraca era o seu alcunha, mas prédios, 

De elevada envergadura ele a fazer se proponha, 

Que deixou o seu bom nome muito bem vincado; 

E que partir deste momento, também vai ficar como memória, 

Num livro de Vale de Cambra no PASSADO” …