“OS PORCOS BÍSAROS“
Que foram
tantos que se criavam e comercializavam
em terras de CAMBRA, pela fértil ajuda do “ SORO “, que se vendia nas nossas
fábricas de Lacticínios Martins & Rebelo e Lacto-Lusa Ldª, pelo preço de
dez tostões cada latão de vinte litros e que eram muitos os moradores dos
diversos lugares, que munidos com os mesmos, faziam fila indiana, mais mulheres
que homens, que tomavam a sua posição depois de terem adquirido o seu bilhete,
para a aquisição desse maravilhoso produto que fazia crescer loucamente os seus
porcos.
Por vezes
nas filas e antes de apanhar o “ Soro “ haviam desacatos entre o seguimento dos
latões que se moviam no solo até chegar à medidora do mesmo.
Estes porcos
depois de criados, eram comprados e por vezes trocados, pelos chamados “
Porqueiros “, que passaram a serem bastantes na zona, e mais alguns que vinha
de outros locais, tornando assim a nossa terra como a zona que mais criava
estes animais e que anualmente os mesmos eram abatidos com pesos que alguns
após criados e tratados pelos seus donos chegavam a exceder as dez arrobas.
Porqueiros:
que compravam de lugar em lugar, sinalizam a sua aquisição e marcavam com o
vendedor o dia do seu levantamento dos currais, que depois de todos juntos e em
vara os levavam para suas casas, sempre com a intenção de os lavar e preparar
para os apresentar nas Feiras, Mercados e mesmo à saída das Missas,
negociando-os de imediato. Mais tarde estes porcos, começaram a serem
transportados, por carroças e Furgonetas, sempre acompanhados, com umas cercas
de madeira, feitas a prepósito para os concentrar nas mesmas e os vendedores,
sempre também munidos com uma saca de pano e com grão de milho dentro, lhes
jogavam o mesmo para dentro da cerca, para os acalmar e os tornarem mais visíveis
ao olhar do futuro comprador e muitas das vezes o vendedor lhe pagava poe uma
das suas pernas e o esticava, para o fazer maior.
QUEM FORAM E
ERAM ESSES PORQUEIROS:
Os irmãos,
Alírio e Rufino, Mário Parado e Manuel Catorze, Mário Pastél e Tia Rosa Manêta
e seu filho Mário, que eram de Ossela, Manuel Ferrador e seu sócio António de
Vacabranca “ Os Leões da Serra”, o Horácio Pereira e seus filhos, o Cardas de
Lordelo, o Alberto Arioso, o Nadais e filho, o Bernardo das Agras e filhos e
dos porqueiros de outros locais, o que mais frequentava Cambra, era o “
Chinelas de Cesar “, que quase todos os dias se deslocava na sua pedaleira, até
Cambra, para negociar todo este tipo de porcos, que eram altamente criados,
depois de desmamados, vinha em carroças até às feiras, Mercados e mesmo na
saída das Missas, que se escolhiam e eram transportados nas mesmas para os
muitos currais que os Cambrenses, dedicavam a eles e passados alguns meses os
vendiam as estes, comerciantes “ PORQUEIROS “…
PORCOS : De
raças Bísaros, Sampedreiros, Alentejanos, Turcos e outras raças, que mais tarde
apareceram no Mercado, e que tanto contribuíram para o desenvolvimento em
nossas terras, assim como deram motivo a que tivesse-mos longos anos vários e
conceituados “ Castradores espalhados por vários locais, oferecendo o seu
esmerado serviço nestas raças, assim como na dos bois, para se tornarem mais
mansos, crescerem mais e após ensinados eram colocados aos carros, para todo o
tipo de serviço que os seus donos e caseiros tinham a sua precisão.
Para quem
não sabe ou não se lembram as nossas duas Empresas de Lacticínios, tinham
sempre nas suas pocilgas centenas de porcos entre os quais com criação, de
leitões e de raças apuradas, somente destinados às suas explorações, tratados
com esse inesquecível “Soro”, e poucas farinhas, que apareceram muito mais
tarde.
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