sábado, 28 de outubro de 2017

Injetores sulfato

“ Injetores que sulfatavam para outros “

Atendendo às quantidades de Quintas e Campos, que se espalhavam por todo o Concelho, quando os caseiros não tinham possibilidade de corresponder ao seu todo nesta missão de “ Sulfatar as videiras e todo o tipo de árvores que longas décadas existiam espalhadas, pelos nossos solos.

Então começaram por aparecer em substituição das máquinas manuais de “ marca Hipólito”, feitas na sua maioria na Costa do Valado em Aveiro, que era totalmente em cobre e acompanhadas de umas canas especiais, para após a força do braço do homem, pulverizar as ramadas e outras, com o sulfato, cal e água e nada mais se colocava nos rebentos que a mãe natureza, nos oferecia com qualidade desejável .
Com o passar dos anos, começaram então a aparecer no Mercado, umas novas máquinas com a chamada tecnologia avançada e equipadas com um motor auxiliar que evitava o cansaço ao “ Homem “, nos seus braços, mas que a pureza da máquina antiga e do produto que se oferecia às arvores eram de qualidade excelente, na produção e nos frutos que eram saboreados com um apetite que não mais volta a acontecer.
Todos os senhorios ( patrões ), tinham os seus caseiros para a responsabilidade e em dias certos, colocar o sulfato nas arvores e depois o enxofre, alguns também tinham os chamados jornaleiros diários para todo o tipo de serviço que lhe era incutido e motivo de reclamação, “ ordens dadas eram para se cumprir.
Foram muitos os chamados sulfatadores que nas quadras indicadas pelos tempos, em contrato bocal e quase sempre sem falha, eles ali estavam com a máquina às suas costas uma garrafa de gasolina e prontos, juntos dos caldeiros, que já se encontravam preparados e com as mulheres e por vezes homens, com o canado na sua casa a encher as maquinas para concluírem o projetar do produto, mais nas ramadas do nosso vinho verde tinto Nacional, porque a maioria dos lavradores no chamado e saudoso “ americano”, não leva nada de produto, entrava no lagar ou dorna da forma que as suas videiras o produziam. “ Era uma autentica delicia “…
Que se consumia nas tascas, nas festas e romarias e quando novo e ainda doce, muitas das vezes se comparava, com o vinho do Porto, chegou mesmo em alguns locais públicos a confundir com vários clientes, que adorava e apreciavam o vinho doce.
Lembro os mais competitivos nessas épocas: O senhor Zé da Gaiata, Zé Paralta, Marcelino Fortunato e seu primo António, Nel do Lobo, Quim do Silvano e outros mais que o faziam com muita qualidade.
 “ E aos sulfatadores de outrora, assim como os que temos agora,
Que nunca se sintam cansados, aceitem as novas tecnologias,
Porque no futuro será mais alterado; fico muito feliz por recordar,
Tudo isto que se viveu no Passado “ …

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Casa do Comercial e Professor

A CASA DO COMERCIAL E PROFESSOR “MAÇANZINHA“…

A sua construção de raiz foi no “VALE“, junto do atual Município e as casas, que o senhor Domingos Serralheiro, mandou construir e que ainda hoje se encontram algumas originais.

Falar do passado e deste senhor “ Maçanzinha”, que segundo informações, era um comercial dinâmico, que tentava vender de tudo o que havia de melhor e comparava os seus preços com o grande Porto. E nas suas horas mais vagas circulava por toda a Gândra, conversando e saboreava uns bons petiscos, sempre acompanhado de uns copitos, mas ainda sobrava uns momentos para com os seus dotes de elevada cultura, dava aulas graciosas aos habitantes do Concelho, que necessitavam da sua ajuda, para adquirirem mais conhecidos e se munirem da quarta classe que nesses tempos era muito importante para os filhos das famílias mais carenciadas.
E que sem essa quarta classe, não lhes era permitido o acesso a lugares públicos e mesmo às grandes Empresas da Terra.
Lembrar hoje: estas figuras que muito contribuíram para o nosso crescimento, ensinando e muita cultura, que em tempos idos, foram valorizados a troco de nada e sem proveito próprio das suas vidas. E das suas famílias.
Não tinha filhos do seu casamento, mas dedicou parte da sua vida ao comercio e ao ensino, a muitos alunos do no nosso Concelho, quase graciosamente.
Desde a minha adolescência, sempre ouvia falar desta figura pública, pelo lado do bem e da sua personalidade, como Comerciante bondoso em tudo que se proponha a realizar, fazia-o sempre de peito aberto e com a capacidade de ajudar sempre os outros, adorava petiscar e saborear uns copinhos de vinho e sempre procurava os colegas para o acompanhar, tornando-o por vezes imensamente alegre.

“ Foi um comercial de elevada competência,
Um professor que deixou a sua referência;
Muitos ainda hoje se lembram dele,
Porque era alegre e o seu ensino, muito prefeito e com muita Paciência “.

sábado, 21 de outubro de 2017

Cambra no Passado

“CAMBRA NO PASSADO “
Estas imagens, dizem respeito aos anos cinquenta, com a vista geral da nossa Vila, hoje Cidade, do Fontanário Publico do Côvo-Castelões, com água cristalina, pura e muito usada pelos locais e passantes, que ali paravam propositadamente para encherem vasilhas de vidro e barro, para levarem para suas casas, utilizando-a para todo o tipo de consumo.


Décadas passadas, recordar e apresentar estas imagens desses tempos, é gratificante e principalmente para as novas gerações verificarem como era as suas terras e belezas que constituíam o nosso maravilhoso “ Vale”…


Vista Parcial a partir do Miradouro das Baralhas, que nos foca toda a sua beleza e encanto a partir dos anos cinquenta, com todas as verduras e colheitas, que se amanhavam drasticamente pelos homens e mulheres das épocas e alguns jornaleiros assim como muitos caseiros, que eram contratados de vários pontos do País, para tratarem cuidadosamente destas maravilhosas Quintas e Campos de lavradores abastados. Vemos também nesta imagem a famosa “ Fabrica do Martins & Rebelo “, que foi durante longos anos uma potencia Nacional, no fabrico de queijos, manteigas e seus derivados, assim como a criação de Suínos, em larga escala e muitos deles para abate e sempre com os bois de cobrição de raça turina e de qualidade selecionada.( hoje e por falta de mãos e caráter humano, das pessoas destes tempos modernos, tudo isto, que foco está ao abandono e à disposição de toda a bicharada)…


Outra vista parcial a partir do Outeiro, foca-nos estas verduras bem alinhadas e tratadas, assim como aquelas medas feitas de palha do milho, que iriam alimentar os bois e vacas, que nesses tempos haviam às centenas em terras de Cambra, produzindo imenso leite, crias e os bois sempre prontos para as fainas, lavras e todo o tipo de trabalho, que os seus donos e tratadores ( caseiros), deles necessitavam do carro de madeira ou ferro e seguiam duramente o seu serviço que lhes estava sempre destinado, todo o tipo de serviço, que para tal, eram contratados e que no dia e hora combinada, não falhavam. E quando algum dos seus bois necessitava de um arranjo dos  seus sapatos ( Ferradura ), lá estavam com eles no tronco  do “ Tio Adriano do Ferrador e Filhos ), para lhe serem substituídos esses sapatos, que já tinham sido gastos pelos seu serviços prestados, pelos caminhos, carreiros e estradas do nosso Vale de Cambra.

“ Cambra do Passado, que tua beleza,
Sempre encantou; te consideraram como,
A Suissa Portuguesa, por alguém que Deus,
Já Chamou “.

sábado, 7 de outubro de 2017

A Quitas "do Horácio"



“ A QUITAS DO HORÁCIO “

O seu verdadeiro nome era. Maria Helena de Almeida Martins, filha de Horácio Martins e Tia Arinda Martins, eram muitos filhos e muito conhecidos em Cambra, como os “ MARTINS CARPINTEIROS “.


Longos anos habitaram no antigo Mercado Municipal, assim como era o seu local de Comercio no ramo de Moveis e artesanatos de vários tipos como o foi nas formas para os queijos durante muitos anos e em quantidades.

Mas levar à memória esta menina, que na sempre sua simplicidade, foi considerada uma grande benfeitora, vivendo da sua simples reforma e economias controladas dia após dia, foi contribuindo como seu desejo, para variadíssimas instituições do Concelho da Maia e mesmo do seu Vale de Cambra.

Da Maia, “ Missionários Combonianos do Coração de Jesus”.

Assim como a “ Congregação do Espirito Santo “, a que lhe valeu uma bolsa de Estudo fundada pela participação nas despesas de formação de um Missionário “.

Sua Santidade o Papa João ||, que lhe concedeu com todo o coração penhor de graças e favores uma Bênção Apostólica a “ Maria Helena de Almeida Martins “, ( Ex. Adibus Vatícanis , em 31 de Março de 1987 “.

E aos Missionários Combonianos , mais tarde esta menina, além da formação e muita ajuda, entregou mais cinquenta mil escudos, continuou a sua boa fé e vontade de oferecer e voltou a entregar a um casal de Vale de Cambra, mais cem mil escudos para as duas Missões da Maia.

No seu gesto benévolo na construção do atual Santuário , também entregou cinquenta mil escudos com pedido de anonimato .

Parte do seu viver foi na realidade no “ Velho Mercado Municipal “, com sua família sempre foi solteira, dedicou-se muito aos seus pais e em seus tempos livres adorava com muito carinho as flores e não gostava que alguém lhe tocasse, mas também não as vendia. Então quando se deu a derrocada do seu habitar no Mercado, foram para a rua Fundo da Vila, continuo sempre com o seu dom de ajudar no seu interior; partiu no dia 10 de Março de 1991, chamada pelo Senhor, com oitenta anos de idade.

Na sua homilia, Missionários e Padres, inspirados na palavra do Evangelho

, de São Mateus- 5,1-12- os Bem Aventurados os pobres de espírito, porque deles ´é o Reino dos Céus. Bem Aventurados os que choram, porque eles serão consolados. Bem Aventurados os puros do coração, porque eles verão a Deus. Assim o vai acontecer a esta “ Tão Nobre Quitas do Horácio “, pelos seus gestos de louvar e de partilhar com todas estas Instituíções, sempre de coração aberto, para que todos nós hoje, reconhecemos e ficamos crentes nestes seus valores eternos. “ pois que a vida não acaba coma morte, apenas se transforma” e, por vezes, como vemos frequentemente, isto acontece em grande parte do imprevisto.

Por isso, o seu exemplo pode-nos servir de muito.

E para quem tiver, possibilidades que sigam esta “ SIMPLICIDADE E A NOBREZA DESTA QUITAS DO TIO HORACIO “…

“ Sempre foi muito reservada a si própria,
Com todo o coração, com toda a inteligência,
Largos anos amealhou, com a intenção,
De sempre praticar o bem; que o nosso DEUS,
A mantenha na luz da sua divina presença e lhe dê,
O descanso eterno, porque dele ela é justa merecedora Também “ …

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Raça Turina



“BOIS DE COBRIÇÃO DA RAÇA TURINA “

Vale de Cambra, atendendo à enorme quantidade de vacas leiteiras desta raça, que se espalhavam principalmente pelas Freguesias de Castelões, Macieira de Cambra, Vila-Chã e Codal.

Tinham nesse passado, além das Fabricas de Laticínios Martins & Rebelo e Lacto Lusa, que estavam preparados com exemplares bois de cobrição com vários tamanhos e idade, para a cobertura de todo o tipo de vaca que produzia o belo leite para as mesmas, que era entregue em latões de várias medidas e transportados à cabeça até ás fabricas pelas “ chamadas leiteiras “, em quantidades muito elevadas, para mais tarde as mesmas fabricas, mandarem fazer a prepósito uns postos preparados e em locais pelas firmas indicados, para a recolha de todo o leite que se produzia pelos lugares do Concelho, dando motivo após o final da recolha e da sua devida inspeção sanitária, os carros Martins & Rebelo e Lacto Lusa, o apanhavam e depositavam nas ditas firmas em bilhas que tinham sido feitas na Firma Almeida & Freitas, para tal efeito.


Além destas duas Firmas, com os ditos bois de cobrição, existiam também vários particulares, que mantiveram longos anos esses belos bois Turinos e os seus troncos apropriados, para receber condignamente as vacas para serem cobertas, num salto ou mais pelo preço de dez escudos cada nesses tempos.

Na Regadas ( hoje é o sétimo bar) ), tivemos com o primeiro a mandar construir um tronco para receber as vacas, foi o senhor Delfim das Regadas, mais tarde o senhor Augusto Cabril, com bois certificados e autorizados pela então Pecuária do Distrito de Aveiro.

E sempre que as vacas tinham necessidade dos bois, lá estavam os seus donos a mandar, os criados ou criadas, com as mesmas ao Pinheiro Manso, Lacto-Lusa, ou então às Regadas, que o tronco que mais se movimentava na área, para longos após aparecer também o senhor António, que era empregado na Cooperativa do Caima e morava na Quinta das Carvalhas, propriedade do senhor Manuel Cubal, onde também ali, fez a montagem daquele que foi o último em terras de Cambra.

Vale de Cambra, no passado era muito fértil em gado de raça turina, mas muito mais nas vacas leiteiras de qualidades excelentes para esse produto, motivado pelas nossas potentes Empresas de Laticínios que existia no local..


E assim o era no passado. Hoje na sua maioria não é necessário os bois e sua natureza, porque começou por aparecer aos locais os chamados “ Inseminadores artificiais, que introduziam as raças preferidas pelos donos das vacas e conforme o seu tamanho lhe eram atribuídos os espermas.