“ Injetores
que sulfatavam para outros “
Atendendo às
quantidades de Quintas e Campos, que se espalhavam por todo o Concelho, quando
os caseiros não tinham possibilidade de corresponder ao seu todo nesta missão
de “ Sulfatar as videiras e todo o tipo de árvores que longas décadas existiam
espalhadas, pelos nossos solos.
Então começaram
por aparecer em substituição das máquinas manuais de “ marca Hipólito”, feitas
na sua maioria na Costa do Valado em Aveiro, que era totalmente em cobre e
acompanhadas de umas canas especiais, para após a força do braço do homem,
pulverizar as ramadas e outras, com o sulfato, cal e água e nada mais se
colocava nos rebentos que a mãe natureza, nos oferecia com qualidade desejável
.
Com o passar
dos anos, começaram então a aparecer no Mercado, umas novas máquinas com a
chamada tecnologia avançada e equipadas com um motor auxiliar que evitava o
cansaço ao “ Homem “, nos seus braços, mas que a pureza da máquina antiga e do
produto que se oferecia às arvores eram de qualidade excelente, na produção e
nos frutos que eram saboreados com um apetite que não mais volta a acontecer.
Todos os
senhorios ( patrões ), tinham os seus caseiros para a responsabilidade e em
dias certos, colocar o sulfato nas arvores e depois o enxofre, alguns também
tinham os chamados jornaleiros diários para todo o tipo de serviço que lhe era
incutido e motivo de reclamação, “ ordens dadas eram para se cumprir.
Foram muitos
os chamados sulfatadores que nas quadras indicadas pelos tempos, em contrato
bocal e quase sempre sem falha, eles ali estavam com a máquina às suas costas
uma garrafa de gasolina e prontos, juntos dos caldeiros, que já se encontravam
preparados e com as mulheres e por vezes homens, com o canado na sua casa a
encher as maquinas para concluírem o projetar do produto, mais nas ramadas do
nosso vinho verde tinto Nacional, porque a maioria dos lavradores no chamado e
saudoso “ americano”, não leva nada de produto, entrava no lagar ou dorna da
forma que as suas videiras o produziam. “ Era uma autentica delicia “…
Que se
consumia nas tascas, nas festas e romarias e quando novo e ainda doce, muitas
das vezes se comparava, com o vinho do Porto, chegou mesmo em alguns locais
públicos a confundir com vários clientes, que adorava e apreciavam o vinho
doce.
Lembro os
mais competitivos nessas épocas: O senhor Zé da Gaiata, Zé Paralta, Marcelino
Fortunato e seu primo António, Nel do Lobo, Quim do Silvano e outros mais que o
faziam com muita qualidade.
“ E aos sulfatadores de outrora, assim como os
que temos agora,
Que nunca se
sintam cansados, aceitem as novas tecnologias,
Porque no
futuro será mais alterado; fico muito feliz por recordar,
Tudo isto que se viveu no Passado “ …