“O PASSADO
SEMPRE NOS DEIXA
RECORDAÇÕES
“
Recordações,
que ficam enquanto vivos, em nossas memórias pelo lado do bem e do mal.
No lado do
mal, este é sempre mais marcante e tarda a esquecer, mas pelo lado do “ BEM “,
é mais gratificante, porque esse nunca mais esquece enquanto vivermos…
FALAR HOJE:
desta família dos “ Ferradores de terras de Cambra”, é para mim, orgulho
pessoal, não por fazer parte da mesma família, mas sim porque com todos eles
convivi, momentos inesquecíveis da minha vida.
FERRADORES,
não é nome próprio mas sim, um símbolo adquirido ao longos de tantos anos, na
sua e nossa terra a preparar “ Cavalos, éguas, bois e vacas “, com as suas
ferraduras, cravos, canelos e pregos “, nos seus cascos, para que todos eles,
circulassem nos matos, caminhos e estradas, normalmente e sem se queixarem de
dores e quando provocavam infeções, lá estavam estes médicos alveitares, pai e
filhos, a picar os cascos e a dar-lhe o seu movimento normal, à custa do seu
saber e dos formões, que sempre estavam numa caixa ao lado do tronco, onde eles
trabalhavam, com um corte delicado e por vezes queimavam os buracos que estavam
infetados.
Motivado
pelo seu ofício, assim como de todos os seus filhos, este senhor Adriano do
Ferrador, constituiu uma grande família, assim como a todos ensinou o caminho
do bem da verdade e do trabalho árduo, mas com capacidade adquirida pela sua
doutrina e da sua esposa Rosa Bandeira.
A sua
Oficina, assim como a sua habitação e dos seus, largos anos foi na Rua da Ponte
da Gandra, o seu movimento era impressionante, trabalhava mais com os seus
filhos “ António e Manuel “, por vezes e na quadra de verão com o calor a
apertar imenso todo o tipo de gado, que esperava a sua consulta, lá estavam os
netos sem distinção, com um ramalho de arvores feito a propósito para eles
escorraçarem as moscas, do corpo dos animais.
E quando
este conceituado, ferrador e homem bondoso, de elevados conhecimentos entre
nós, estava junto a sua casa e passava alguém, conhecido das suas amizades e do
seu serviço, eram sempre convidados para irem à sua adega, beber ou comer
sempre com uma satisfação enorme, mas quando eles não aceitavam a sua casa, ele
prontamente os dirigia à tasca do senhor Alberto Pais.
Quando o
serviço na oficina, estava muito concorrido e os dois troncos que tinha, sempre
bem preparados, para o receber dos animais e os lavradores e senhorios, tinham
necessidade urgente no trabalho do seu gado, ele ou os seus filhos, se
deslocavam na pedaleira, ou boleias nos carros do leite, com a sua ferramenta para
lhe darem apoio, colocando-os prontos a mover as carroças e os carros de bois
ou vacas..
E quando
este senhor Adriano Ferrador, já um pouco mais cansado de todo o seu serviço,
que largos anos levou e conseguiu demonstrar em público a sua fortaleza, a pregar
ferraduras e canelos, nos animais, dando motivo a um grande património que o
conseguiu, assim como ao deixar bem patente, em todo o Concelho e não só, o seu
bom nome, a sua classe como artista e que o transmitiu para os seus, a mesma
doutrina, de trabalhadores, sérios e competitivos em larga escala na sua vidas
e que hoje sou mais do que dignos desta minha homenagem por tudo o que eles,
eram em VALE DE CAMBRA.
“ Passado coisas vividas e sentidas,
Dos tempos que decorreram,
Recordar no presente é motivo,
De quem ainda tem Vidas “ …
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