CASTANHAS DE
CASTELÕES
Desde a sua
existência, sempre ouvia dizer que eram as melhores do Concelho. E cuja a sua
maioria eram produzidas na mata que era propriedade da casa de Areias. E que
chegou mesmo a ter ali uma casa, onde habitava um ser humano e que fez largos
anos a sua guarida, aos castanheiros e seu fruto, “ chamava-se José “.
Na sua
quadra da apanha, depois de varejados os castanheiros, com uma vara devidamente
escolhidas para tal efeito, pelos seus caseiros e filhos dos mesmos e suas
mulheres, juntamente com algumas contratadas de cabazes feitos de verga e
cestos do mesmo produto, lá estavam elas com canseira, a apanharem e
transportarem para estes carros de bois, que faziam parte do grosso e poderio
do famoso “ SOLAR DE AREIAS “.
Nestes
carros: anualmente seguiam carregados desta dita mata, seis a oito carros, com
os seu taipal a fazer a proteção aos ouriços, que vindo destinados ao Solar de
Areias, que depois de descarregados em local próprio, eram retiradas e
escolhidas estas belas castanhas para após
a sua secagem serem colocadas em
sacos de serapilheira e comercializados em quantidades. Os restantes ouriços,
eram novamente carregados para estes mesmos carros e depositados na “Quinta
Nova”, sua propriedade e que dava lugar a nós habitantes da zona, saltar os
muros de acesso e com latas de atum vazias de cinco quilos, com um arame a
servir de pega, escolhíamos as melhores que tinham sido deixadas pelo poderio
no chamado “choicha“, tornando numa consoada do Natal, com uma refeição
melhorada e acompanhada com estas maravilhosas castanhas, cozidas, assadas no
forno ou então cobertas com um braçado de “ Agulhas caruma”, que se juntava nos
matos dos outros, para acender o lume para o fabrico das refeições diárias e
muitas vezes ao borralho saborear umas horas de conversa familiar e descanso ,
que por vezes dava acesso a uma dorminhoca, por algumas horas.
Castanhas,
que nas feiras eram largamente comercializadas e vendidas assadas como esta
foto o apresenta, naquelas vasilhas de barro, com vários buracos e algumas já
seguras com arames, ao calor do carvão e da peneira, que habilmente era movida
pelos artistas que as deixavam assar cuidadosamente e as vendiam embrulhadas em
papel de mata-murrão, que depois de levar uma volta as introduziam dentro pelo
preço de dez tostões, cada pacote.
“ Castanhas
saborosas, que todos os nossos solos,
Te
produziram com elevado cuidado;
Hoje te
deixo Castanha de Castelões,
Como uma
memória reconhecida do PASSADO “ …
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