quarta-feira, 30 de agosto de 2017

“OS CINEMAS QUE CAMBRA TEVE“


O PRIMEIRO : 

Era no Mercado Municipal, foi no ano de mil novecentos e quarenta. Explorado nesses tempos ídos, pela Dª, Carlota Ribeiro, cujo o seu título era o PROGRESSO.

DEPOIS SEGUIU-SE O SEGUNDO:

Que foi nos fundos da Pensão Bastos, prédio este, que pertencia ao Comendador, Luis Bernardo de Almeida, o seu Administrador: era o senhor Angelo Henriques, seguindo-se o senhor Albino Leite, Martins Barbeiros, Carlos da Farmácia e por último, Gabriel Pinho da Cruz.

Nestes os seus maquinistas: eram o senhor Angelo , como ajudante tinha o senhor Armindo Lopes, que tinha vindo de Lisboa trabalhar para os Escritórios da firma Martins & Rebello, finalizando o senhor Filoménio, que mais tarde contou com a ajuda de seu filho. Os cobradores dos bilhetes, para o nosso ingresso na sala eram: o Justino Leite,Carlos Farmácia e Martins Barbeiros.

OS PORTEIROS: eram o senhor José da Portela, Álvaro da Felicidade e Ferreira Leite.

Mas que saudades e memórias eu, lembro deste “ CINEMA, que íamos ver os filmes, numa sala constituída por Balcão e Plateia, cujo as suas cadeiras eram em madeira e seu tampo recuava após a nossa serventia, dando-lhe muita atenção para não ficarmos magoados, depois aquele enorme pano ecrã, que nos deliciava em momentos de alegria e com o bilhete na mão se dava o acesso ao nosso lugar com a ajuda do porteiro de serviço e com o seu habitual foco de olho de cavalo, que ele sempre o retirava do seu bolso. Depois se dava o intervalo: na saída da plateia ao nosso lado esquerdo existia uma fina Mercearia e do lado direito uma sala de refeições. Na mercearia, era sempre usual, a compra de uns rebuçados somente de açucar e em alternativa para bolsos mais recheados de moedas ou notas,eram uns da fábrica Regina e com os dizeres “Amores”.

Para todo aquele cliente, que não amante de doçuras : viravam-se para o outro lado , pediam umas cervejas , umas laranjadas o sumos da laranjinha “C”, ou pirolitos, uns copos de vinho e as famosas sandes com a patanisca de bacalhau, que eram servidas por lindos sorrisos e modos da simpática família BASTOS.

Para a utilização do Balcão, era pela porta principal da Pensão, mas em alternativa, usava-se aquelas fortes escadas feitas em madeira que normalmente eram somente usadas pelo pessoal ao serviço do senhor “Constantino de Bastos (Copa).

Os filmes, passavam, às quintas sábados e domingo s, eram muito convidativos, mesmo depois de nos serem apresentados, na vía pública e em lugares habituais, os cartazes que apresentavam as melhores cenas e os seus artistas. Frequentavam pessoas de todas as idades e muitas delas, sempre com o seu lugar cativo, para todas as sessões.

Cessada esta atividade que durante anos nos apaixonou, nos entusiasmou por muitas horas e em momentos felizes. Passou a ser a Oficina de Reparações do senhor Manuel Ferreira Guimarães (Bela). Hoje é a Pastelaria Tulipa.

QUANTO AO TERCEIRO E ÚLTIMO :

Que o mandou edificar, o senhor Comendador, Gabriel Pinho da Cruz, “ O HOMEM BOM “, que lhe foi conferida a comenda pelo nosso Governo, em 17 de Novembro do ano de 1964, da ordem da Benemerência, por ele: era mesmo um “HOMEM BOM”.

E foram largos anos, que este Edifício do “NOVO CINEMA”, com que todos nós Cambrenses contávamos, servindo-se do seu conforto era deslumbrante o seu serviço encantador, que sempre contou com o Administração do nosso saudoso e amigo “Manuel Tavares de Bastos, filho da família Solar de Areias”.


Esta casa de espetáculos, construída, por empreiteiros Cambrenses, de elevada competência profissional, Arquitetos e Engenheiros, que lhe deram uma elegância em todos os seus compartimentos na obra, que sob a alçada do senhor Manuel Tavares de Bastos que por tal, foi escolhido provando a sua competência e tornando-o num dos melhores do PAIS.

A sua inauguração foi em 11 de Julho de 1970, a sua bençoa, foi o Ver. Padre Oliveira Maurício, o corte da fita, pelo então Diretor Geral da Cultura e Espetáculos, senhor Dr. Caetano de Carvalho, contou ainda com a presença do Governador do Distrito de Aveiro, Dr. Vale de Guimarães e o nosso Presidente da Camara Dr. Prado de Castro.

Nos fundos: deste maravilhoso “CINEMA”, tínhamos uma estação de serviço “RENAULT”, de elevado gabarito e assistência competente pelo então e saudosos amigo, senhor MEIRA, que vindo de terras de Leiria, para a firma Martins & Rebello, como mecânico competentíssimo, rapidamente se manifestou um elemento, que se dedicou a este projeto entusiasmado pela maioria das firmas da nossa Terra.

Mas com eu: memorizei a nestas duas casas de Espetáculo um filme de tempos ídos, cujo o seu titulo era: “ E TUDO O TEMPO LEVOU “.

PASSADOS: precisamente neste mês de JULHO, quarenta e três anos, em que o nosso Presidente Dr. Prado de Castro, tornou publico a deliberação da Câmara, que nesta data 08/07/70, tiveram a honra em propor, como prova de indelegável gratidão deste Concelho a tão ilustre filho da terra, que mandou construir uma admirável” CASA DE ESPETÁCULOS DAS MELHORES DO PAIS”. Cedendo à artéria que, do lado sul, confronta com o (Cinema de Vale de Cambra).

Que apresentada e lida, foi aprovada por humanidade com o nome de Rua: Gabriel Pinho da Cruz (filho)

O Homenageado, agradeceu, comovido, perante enorme número de conterrâneos e amigos, com o titulo à Rua, com o seu nome e por tudo isso fez a entrega do NOVO CINEMA, devidamente equipado nesses tempos pela quantia de 8.000 contos e do qual, nunca seria correspondida comercialmente por esta obra.

“ E esta casa de Cinema, que foi feita para usar: Deveria simbolizar a Cidade de Vale de Cambra, enquanto CIDADE, assim como a memória de quem a mandou construir para tal efeito “.

E foi este devoto filho da nossa encantadora terra, que nos convenceu e tornou uma prioridade como necessidade desta casa de ESPETÁCULOS, a todos nós.

HOJE NÃO TEMOS CINEMA…

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Deixando escapar este local, este conforto, que reunia todas as condições, para dedicar a todos que nos visitassem, assim como aos visitados, em momentos que ficariam para a história do CONCELHO, como uma das datas inesquecíveis pelo lado positivo e em prol do seu desenvolvimento, para beneficio da nossa linda terra, administra-la em auxilio a esta administração, para que o seu progresso e embelezamento, continuo a marcar no meio das suas congêneres e do conjunto do nosso Distrito e do País.

Disse, muito bem o saudoso Sr. Dr. Teixeira da Silva.

Não me chames mais CINEMA,
Porque o Cinema abandonou-me,
E me deixou saudade;
Não me chames mais CINEMA,
É a minha última VONTADE.

Para quem conheceu estes três CINEMAS,
Que Cambra teve até este momento;
Agora somente recordá-los,
Porque os mesmos foram no VENTO.

Eram para todos nós um passa tempo,
E uma cultura para cada vez;
Hoje que o vento os levou,
Passou a ser um bazar CHINÊS.

sábado, 26 de agosto de 2017

“ CULTURA DO PASSADO “

Anos 1930, apoiados pelo então Padre Joaquim Manuel Tavares, que tinha mandado construir uma casa nas “ Várzeas de Castelões”, a qual veio a ceder graciosamente para este saudoso Club Recreativo Mocidade de Castelões. Que rapidamente se moveram nas artes dramáticas com elevado valor e em exibições que o marcaram para sempre e ficaram em memória.


Com o passar dos anos, apareceu na Freguesia, um professor primário de nome Joaquim da Costa Gomes, que tomou por sua alta recriação o comando da direção e como era possuidor de altos conhecimentos no Mundo do Teatro “ Gil Vicente do Porto “, dedicou-se de alma e coração ao nosso Club e com parte dos lucros do mesmo, os destinou nos anos de 1938 e 1939, na Escola do Côvo e da Freguesia, às crianças mais necessitadas, com uma sopa diária.

Este conjunto de homens e mulheres era muito completo, assim como o de rapazes e raparigas de todo o nosso Concelho, entregavam todo o seu querer e saber nesta cultura do passado. Já com uma direção organizada e mestres- ensaiadores de elevada classe, que se organizavam semanalmente e que tudo fizeram para deixarem os seus nomes e as suas virtudes em muitas casas de Espetáculos do País.

Pelos meus curtos conhecimentos armazenados em minha memória sobre teatro, descrevo aqui a coragem o desempenho que estas figuras ofereceram no passado a esta modalidade, nas suas horas vagas e sem qualquer lucro financeiro a receber e que sempre deram à mesma o seu melhor e que manifestaram com alegria as roupas que sempre envergaram para espetáculos amadores e públicos.,

FORAM ELES: António Soares Ramos, Aurélio do Isídro, Augusta da Pinha, Manuel do Urbano, Manuel do Girvásio e seu irmão Abel, Amaro Martins e seu irmão Neca, Armando Albergaria, Victor Soares, Abel do Janeiro e outros tantos, que o fizeram e merecem neste momento as minhas mais que sinceras “ HOMENAGENS “, pelo seu feito em terras de Cambra.

E é minha intenção deixar em livro todo este passado,
O livro deixa muito trabalho e dedicação,
Depois do seu conteúdo e a impressão;
Mas ao esfolhar a sua leitura deixa memórias,

Dos que já partiram e lembra os que ainda cá ESTÃO !!!

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

“ ALFAIATES DO PASSADO “
ANO 1935

Nestes tempos, em Cambra tivemos dos melhores alfaiates do Norte do País, alguns deste da foto, se mostravam com competência e afincadamente no seu corte, assim como na costura, com os melhores da Cidade do Porto, como o era “ o famoso Furtado “.


O senhor Benjamim, Augusta da Pinha (Falante), Joaquim Pinho (Cabreiro), Armando Lima, Manuel do Gervásio,António Silva, Albino do Ferrador e seu irmão Joaquim, Costa de Algeriz, Joaquim Macaco e tantos outros, que no passado o nosso Concelho, os teve ao seu serviço e de todo aquele corpo, que adorava vestir um fato de qualidade e muito bem feito, por medidas e na escolha do tecido pelo cliente desejado.

Em muitos dos casos, estes fatos que passados alguns anos, e atendendo a muitas das causas financeiras e muitos dos familiares, eram novamente levados para o alfaiate que o cortou, coseu e provou, no corpo do cliente, para que o mesmo fato fosse descosido e voltar a mesma fazenda, à forma inicial ficando como novo novamente e pronto para ser usado por mais uns anos, no corpo do utente, evitando assim a si e aos seus familiares novas despesas.

Neste passado, alfaiates existiam muitos e haviam até familiares, que transmitiam de pais para filhos, essa mesma Arte.

FOCO AQUI : o senhor David da Aldeia de Castelões, também um mestre na área e que em sua casa de habitação trabalhou arduamente e aos seus três filhos, “ Manuel, António e Belmiro “, os ensinou que deu motivo a estes depois de estabelecidos, fizeram o mesmo com os seus herdeiros.

O senhor Augusto da Pinha ( Falante), que também deixou o seu saber e de elevada classe, que o tornou altamente famoso, por vários pontos do País e que também passou para os seus três filhos “ Fernando, Agostinho e Manuel ( Juca). O mesmo também aconteceu com o senhor “ Joaquim Pinho ( Jóta Pinho), outro artista nesta área do bem servir que deixou também para os seus dois filhos “ Herculano e Altamiro “, e o senhor Manuel Malhundes, também com alta costura e venda nas feiras e mercados, com toda a sua família, estavam sempre presentes.

“ Alfaiates do passado que tanto vestiram Cambra,
Com toda a vossa energia e o querer;
Hoje aqui, estão a serem memorados,
Para que as novas gerações o fiquem a Saber “ !!!

sábado, 19 de agosto de 2017

Diamantino Luís de Almeida

DIAMANTINO DA CALISTRA “ O MONHÉ “

Um amigo, sempre brincalhão, mestre de elevada perfeição, como magarefe e cortador de carnes verdes e juntava a tudo isto a paixão pela pesca e em momentos de necessidade e em qualquer lugar ele, prestava auxilio aos empregados das Fábricas e das obras para a extração de rescaldos aos seus operários. Que sempre o acompanhava uma agulha devidamente preparada por ele, Foi um exemplar marido, pai e avô, assim como também foi um colega, para esse delicado serviço, mandava os doridos encostar a sua cabeça sem a escolha de local e com a sua calma e tranquilidade, lhe retirava todo o tipo de rescaldo, tornando-o por tal, muito famoso em terras de Cambra.

MAGAREFE, no Matadouro Municipal, como o mostra a foto, era vagaroso mas de uma perfeição inigualável no amanho das suas reses, após a morte da mesma, nunca iniciava o trabalho, sem primeiro lavar as suas patas e colocar no bolso o pano, começando o serviço higienicamente sem que, qualquer sujidade pousa-se nas carnes, assim como evitava os cortes “ lanhos nas carnes e nas peles”.

Foi sem qualquer dúvida o “ Talhante mais cuidadoso e competente que atuava no Matadouro de Vale de Cambra.

NO TALHO E LOJA: era espetacular, com toda a sua clientela muito amigo e comunicativo, tornando-o além de engraçado muito comentado entre todos nós Cambrenses, que o admiravam por todos estes efeitos que ele, demonstrava, em publico mesmo no seu serviço, era um autentico humorista engraçado e em tudo lhe ficava bem.

“Frasista que constantemente aplicava “À sua tola e seu Alcoolína“.


NA PESCA: também era muito habilidoso, teve como professor da mesma o seu Padrinho Diamantino de Almeida, que sempre foi comentado como um dos melhores pescadores de trutas em Vale de Cambra, tanto na minhoca como na mosca.

Foi também o primeiro Cambrense a usar as motorizadas de motor auxiliar de marca LUTZ, que os seus padrinhos tudo lhes compravam; como não tinham filhos, a este Diamantino e sua irmã Mila, que por eles foram criados e até ao seu final sempre por eles, foram Amados .

Talho e tasca da tia Quitas da Calistra,
Que no passado eram muito comentados,
Passaram a trato de Monhé e Tininha;
Hoje passados tantos anos, lhes dedico esta homenagem,
Muito merecedora, mas muito por culpa Minha.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Caminho da Fábrica de Esmalte

Memorar o Caminho da Fábrica de Esmalte
(hoje rua da Fábrica)

No passado assim era o seu trato, o caminho da Fábrica de Esmalte.

Hoje e passados tantos anos, já composta com mais algumas moradias e seus donos, que recentemente se foram instalando por volta dos anos cinquenta e seguintes, juntando-se a estas que existiam à décadas até ao final do caminho, para com a Rua Doutor Domingos de Almeida Brandão, casa do senhor Almeida (Pranta), e ainda a famosa Fábrica de Esmalte.




Ao descermos em sentido contrário, da casa do senhor Almeida ( Pranta, hoje os C.T.T.), depois propriedade do seu filho Delmiro de Almeida e família, cuja primeira casa foi mais tarde a Gráfica Cambrense, e na seguinte casa, foi a fundação dos Tecidos do Caima, dos quais o senhor Delmiro, também fez parte dessa sociedade, terminada passou a Restauração, com vários exploradores e que ainda hoje trabalha com o símbolo de “ Colher de Pau”. Depois deste prédio ligado à Restauração.

Existiam somente cinco habitações até a atual rua do Hospital. Voltando à nossa direita e subindo para o final do caminho da Fábrica de Esmalte, ( hoje a rua da Fábrica), tínhamos a Quinta do Manuel Cubal ( hoje o nosso Centro de Saúde), e de seguida estas casas e seus habitantes, conforme o mostra as fotas. Dando o seguimento da extraordinária Fabrica que entre nós e nível do país, foi das coisas melhores nestes setores de Latas e caixotaria, que foi e ainda trabalha, que foi o “ Almeida & Freitas Ldª “.
Falar do Passado, é motivo para lembrar e ao mesmo tempo, valorizar os seres humanos, que na sua maioria eram portadores de baixos conhecimentos literários mas que já possuíam um entendimento moral, para não prejudicaram os outros, então nestas fábricas de elevado movimento mandaram construir estas enormes “ Chaminés “, para que as suas descargas de fumos não fossem ao encontro dos bens e da saúde dos vizinhos mais próximos das mesmas Empresas e as quatro enormes “ Chaminés que ainda hoje se encontram de pé, como esta da foto, foram durante longos anos o despertar, a hora de almoço e de fechar, com toques vibrantes, às sete e meia da manhã, meio dia e encerravam ás seis horas, toque esse que encantava e motivava a muitos Cambrenses o início da sua luta diária, para os seus empregos e mesmo para os campos e matos das nossas terras.

As chaminés continuaram até quando de pé, porque os seus toques memoráveis, já lá vão à muitos anos e creio que não tocaram mais produzidos pelo vapor das suas caldeiras, que além desses toques movimentava muita máquina, para as suas produções.

“ Chaminés de alta envergadura, que em Cambra temos,
Por moralidade e prestígio Municipal mantenham-nas intactas ,
E não as deixem derrubar; é o honrar das nossas primitivas Empresas,
E às novas gerações e ao seus familiares para sempre os Memorar “ …

sábado, 12 de agosto de 2017

CARREIROS DE OUTRORA

“CARREIROS DE OUTRORA“

Que no presente a sua maioria foram substituídos pelas Camionetas, Carrinhas e Tratores, de caixas abertas.

CARROS E BOIS, que após o seu aparelhar estes ditos bois e seus donos, assim como os candeares dos mesmos e que habitualmente lhes davam o seu “ Chamaril, anda cá vermelho e amarelo”, que recebiam o cabeçalho do carro, apanhado pela canga construída habilmente por mestres no ofício, em madeiras escolhidas para tal, e com vários desenhos imaginários, que muitas delas, foram feitas pelo saudoso senhor David do Cerieiro, que habitava na Bouça de Castelões.

Falar e recordar hoje, estes carros e bois, que tantos proprietários, jornaleiros e caseiros, que Cambra teve e que arduamente o faziam pela madrugada até ao pôr do sol, nos matos, nos campos e na entrega de bens essenciais para a construção civil, transporte de madeiras, vinho, ouriços e tanta coisa mais, que eles, o faziam sempre com elevada prontidão e com sorriso nos seus lábios.

Tivemos na realidade, muitos carros e muitos bois e algumas vacas, que durante longas décadas o fizeram e que muito contribuíram para o engrandecimento do nosso Concelho.
Lembrar principalmente todos aqueles que com estes meios quase extintos, fizeram as suas vidas assim como a dos seus, com coragem muito trabalho e que deixaram memórias por tudo que fizeram de bom, nos nossos terrenos verdejantes e de produção abundante em tudo, que eles, semeavam e tratavam.

É de focar os saudosos “ Neiras de Burgães e Moradal, os Junqueiras, Silvanos, Pintalhões, Bolos, Massas, Lobos e Augusto Vaidoso e tantos, que Cambra teve ao seu serviço, para tudo o que deles se necessitava, mas estes eram sem qualquer dúvida os mais profissionais e sempre procuravam bons bois e bons carros para todo o tipo de serviço, que lhes era recomendado, quanto aos outros que também tivemos neste passado eram imensos que se muniam de todo o tipo de alfaias agrícolas para os seus haveres, nunca os deixando por amanhar.” Como o hoje o acontece, muitas destes haveres, estão totalmente só a criar silvas e ervas maninhas”.

“ Carros, bois e carreiros que no passado,
Tantos tivemos e que se movimentavam,
Por tudo o que era lado; hoje só nos resta,
Lembra-los por tudo de bom que eles,
Fizeram no Passado “ …

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

“O Alto da Felgueira de Arões“

O recordar é viver e nesta casa da Floresta, assim como o pastor de gado a partir dos anos “ Sessenta”, que hoje o recordo de imensa saudade, pelas tantas vezes que por aqui passei e que foram algumas também que penetrei nesta casa da Floresta, ocupada nesses tempos pela família vinda de Quintela, assim como naquela que era guardada e ocupada pelo seu guarda e saudoso senhor Amadeu e família.
 Aqui, juntamente com o meu pai, foram algumas vezes que ali tomamos, uns cafés e umas malgas de leite, extraído dessas cabras e ovelhas, que eram guardadas pelo olhar fixo dos idosos e crianças, no seu percurso diário logo após o romper do dia, deixando-as deslizar pela floresta imensa que circundava este “ Alto da Felgueira”. Com o passar dos tempos todas estas coisas, que a natureza nos ofereceu, assim como a coragem do ser humano, que nos oferecia e se vivia com inteiro entusiasmo e nos proporcionava condições mais dignas, mais pureza e que nos oferecia muita mais segurança na vida e nas coisas. Muitos destes povos , deixavam as chaves nas portas da sua loja ( Adega do vinho e outros haveres), para qualquer cidadão se servir em liberdade e iniciar a sua rotina, que inicialmente tinha projetado.
Hoje: não o é permitido, porque a evolução da vida e das coisas sofreram alterações no seu todo. Estas casas estão abandonadas, as florestas, deixaram de terem a sua guarida, assim como a liberdade na abundância de todo o tipo de gado, causando mais miséria nas suas aldeias e suas gentes, no passado muitas das aldeias desta freguesia de Arões, tinham centenas de cabeças de gado Ovino e caprino, nos seus currais, multiplicavam-se e depois vinha até às feiras de Cambra, em rebanhos às centenas e tocadas pelos seus compradores de então como o foi largos anos o saudoso e competente negociante destes animais o “ Tio António do Outeiro (Gestoso), que os destinava exclusivamente para o senhor Adelino Gaião de Loureiro-Oliveira de Azeméis.
           “ E deste Alto da Felgueira, que tantas vezes,
           Por ti eu passei; vou deixar este memorando,
          Em publico na Biblioteca para acesso a todo,
          O amante da cultura geral, analisar estas verdades,
          Que eu, à tantas décadas por ali Passei” … 

sábado, 5 de agosto de 2017

O aspeto do passado, com carros dos anos cinquenta

“ O Aspeto do passado, com carros dos anos cinquenta”

Foto tirada aos carros do passado, no Parque das Carvalhas, do Campo das Dairas.
Hoje este Parque, está devidamente preparado para receber visitantes e quem quer que seja, para uns merendeiros, ou descanso pessoal, debaixo das sombras destas memoráveis carvalhas, que no passado tanto de fala delas.
Quanto aos carros, que no passado circulava nestas épocas, mas hoje são consideradas relíquias e memórias, para quem o guarda e que Vale de Cambra, ainda se encontram alguns em bom estado e com condições de circular em eventos que de longe a longe se realizam.
Embora se reconheça, que coisas usadas ou velhas, para muita gente que as receba com herança ou aquisição, muitas das vezes se desfazem dessas coisas, por falta de conhecimento ou precisam monetária, sem se aprofundar corretamente qual o seu verdadeiro valor, como colecionador à neste momento muita procura destas coisas do passado, que circulavam pelo nosso Concelho e todo o País.
Foram carros simples e económicos, fortes e muito uteis aos seus donos, não tinham a nova tecnologia, mas tinham e ainda têm muito valor pelas suas linhas encantadoras, chapa que nos dava um pouco mais de segurança na sua condução e como pequenos, se acamavam facilmente em qualquer canto. ( Doutor Abel e Doutor Álvaro, não queriam outros), durante longos anos nos seus serviços como médicos , eram precisamente estas marcas e estes modelos que usavam.
E com é claro, para quem também os usou bastante tempo, ao falar-se destas preciosidades, marcam saudades e hoje, ao velos deslizar se recorda momentos de felicidade, dando motivo a falar hoje deles.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

VALE DE CAMBRA COM SUAS PAISAGENS SERRANAS … A FREGUESIA DE ARÕES

VALE DE CAMBRA
COM SUAS PAISAGENS SERRANAS …
A FREGUESIA DE ARÕES

Além deste lugar da Lomba, como as fotos mostram no ano de 1984, pela sua originalidade, temos outros lugares, que representam estas verduras da natureza que leiras, campos e quintas nos proporcionaram a todos estas belezas. Aldeias de Arões, que são dispersas e longas e se espalham, desde a Felgueira, Carvalhal do Chão, Mouta Velha, Chão de Carvalho, Cabrum, as Macieiras, Serrado, Porqueiras, Paraduça, Ervedoso, Souto Mau, Casalvelide, Quintas, Lameiras, Aguálva, Covo, Cercal, Salgueira, Campo de Arca, Novas e lomba.
LOMBA : lugar, mas também cumeada de uma serra e uma encosta desta Freguesia do nosso Concelho, que pelos seus lugares é considerada a maior em área do mesmo, embora que, muitos desses lugares são de pequenas dimensões e com muitos poucos fogos. Hoje os seus acessos foram drasticamente melhorados, com estradas que nos conduzem aos mesmos e a maioria deles, já com agua publica assim como a energia elétrica em alguns pontos desse mesmo habitar.

PARADUÇA: uma aldeia altamente típica e muito conceituada pelo fabrico da sua deliciosa broa, produzida pela farinha devidamente preparada depois de moída pelas mós de pedra movidas pela forte agua que desliza nos moinhos abertos, aos seus donos e aos visitantes.
AGUALVA: outro lugar, com tradições na criação de gados bovinos e caprinos, que a seu belo prazer se libertam pela manhã e procuram as melhores pastagens para no pôr do sol regressarem aos seus currais.
E foi também nesta aldeia, que nos anos cinquenta, se criou uma figura típica e que deixou muitas memórias: “ Foi o saudoso Barbeiro da Aguálva “.
“ Cambra que te consideram a “ Suissa Portuguesa”,
Pela tua paisagem e camaradagem entre povos,
Assim como pela tua hospedagem;
E que tens tanto coisa bela e boa, como a nossa Barragem “...