quarta-feira, 19 de abril de 2017

As Vindimas

“AS VINDIMAS”

No passado sempre foram assim: embora que hoje, ainda se mantem alguns desses costumes, como sejam as escadas, o cabaz e o braço do homem ou da mulher.
Mas carros de bois ou vacas, as dornas de madeira, já são minoria em qualquer dos lugares e povo.



Os carros foram substituídos pelos tractores , as dornas da mesmo modo pelas de aço inoxidável, as uvas deixaram de terem o trato como no passado, que eram em mais quantidade e cresciam nas ramadas devidamente alinhadas e que recebiam após o seu rebentar da folha e cachos o habitual “ sulfato, com cal, numa máquina toda em cobre, cuja a maioria eram de marca “Hipólito, pulverizando toda a vinha e depois o pó de enxofre“, para a sua melhor alimentação e desinfeção das mesmas e que após a sua apanha eram colocadas nestes lagares feitos de pedra, tendo sobreposto a prensa totalmente em madeira de elevada qualidade, para se conservar longos anos, a esmagar estas maravilhosas uvas, que nos proporcionava aquele memorável vinho tinto, que quando colocado nos tonéis, pipos, que depois eram muito comercializados, em Lisboa e Porto e que ainda hoje são comentados, pela sua qualidade e quantidade que a maioria dos proprietários tinham estacionados nas suas adegas ou lojas.
Quando o seu estacionamento, não tinha condições da camioneta ou caminhão ali encostar, eram os pipos transportados até ao local a combinar pelos bois e carro dos caseiros dessas quintas.
E no passado, destas vindimas, uvas e vinho tinto, que deixou nome e prestígio por todo o nosso País.


VINDIMA

Quase sempre feita em finais de Setembro, havia movimento logo pela manhã cedo, dos vindimadores “ caseiros, ou pessoas tratados para tal efeito, pelos donos dos terrenos mais férteis, pagando uma insignificante jorna e com direito a parvas das dez, almoço e jantar. Para após o jantar descalços e com cuecas os calções, entrava para o largar após a passagem de um pouco de água pelos seus pés e só saiam do lagar quando o vinho apresentava em suas pernas aquela cor de vermelhão e da balsa a subir para um fermentação perfeita. Vindima que em muitos dos casos e atendendo às quantidades de ramadas e  seus donos, não faziam a sua apanha condignamente e deixavam sempre para trás uns pequenos cachos de uvas, chamado “ O rabusco, que nós quando crianças subíamos as mesmas ramadas pelos suas videiras e aqui e ali, saboreávamos  consoladamente esses maravilhosos vagos “.

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