“ SESSENTA E CINCO ANOS PASSADOS “
Lembra a égua, que foi acidentada junto da casa do senhor “Alberto Pais“, quando a mesma transportava uma carroça carregada com
mercadorias e o seu dono, vindos dos lados de Loureiro-O. de Azeméis, para a
feira e pela madrugada, quando vinha para o seu trabalho o motorista da
Lacto-Lusa Ldª, o saudoso senhor Abel de Teamonde-Carregosa, na sua moto de cor
grana, teve a infelicidade de não verificar a carroça entrando na sua traseira,
teve morte imediata e a égua teve fratura das duas pernas o seu dono pouco
sofreu, mas a égua teve que ser abatida, pelo meu irmão Tomaz e com a minha
ajuda, no campo do “ Tio Adriano Ferrador”, (hoje o Centro de Camionagem da
Cidade), após a preparação da carcaça e a inspeção da mesma pelo médico
veterinário, distribuímos carne para quem quer que fosse e gosta-se.
A restante
foi a enterrar no mesmo local, por ordens deste senhor, que foi um dos
principais intervenientes deste triste acontecimento “ Foi o Tio Adriano
Ferrador”, pessoa altamente entendida na área e serviço nestes animais, assim
como nos bois e vacas, que durante longos anos ele e os seus filhos homens
principalmente o António e o Manuel, que sempre se mantiveram perto de si e dos
seus dois troncos, que recebiam os animais no fundo da sua habitação, na rua da
Ponte da Gandra (hoje Comendador Ilídio Pinho), o seus serviços eram
esmerados, honestos, perfeitos e largamente conhecidos à distância como os
melhores profissionais a preparar e a pregar os sapatos aos animais, que
chegavam a serem convidados para darem assistência fora da oficina do Ferrador,
deslocavam-se nas pedaleiras, nas motorizadas e algumas das vezes nas boleias
nas camionetas do leite.
Mais tarde estes dois filhos, António e Manuel, pensaram em
trabalhar por sua conta direta e prepararam troncos um na Avenida Camilo
Tavares de Matos e outro na Granja-Castelões e o terceiro foi precisamente no
local, onde esta égua foi a enterrar, quando em partilhas este local foi
pertença do seu filho António.
“ Ao lembrar
hoje estes FERRADORES,
Que CAMBRA
teve e que passo a recordar,
E porque faço
parte desta sua geração;
FERRADORES,
como estes não mais Haverão”.
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