sábado, 18 de fevereiro de 2017

Sessenta e cinco anos passados

“ SESSENTA E CINCO ANOS PASSADOS “

Lembra a égua, que foi acidentada junto da casa do senhor “Alberto Pais“, quando a mesma transportava uma carroça carregada com mercadorias e o seu dono, vindos dos lados de Loureiro-O. de Azeméis, para a feira e pela madrugada, quando vinha para o seu trabalho o motorista da Lacto-Lusa Ldª, o saudoso senhor Abel de Teamonde-Carregosa, na sua moto de cor grana, teve a infelicidade de não verificar a carroça entrando na sua traseira, teve morte imediata e a égua teve fratura das duas pernas o seu dono pouco sofreu, mas a égua teve que ser abatida, pelo meu irmão Tomaz e com a minha ajuda, no campo do “ Tio Adriano Ferrador”, (hoje o Centro de Camionagem da Cidade), após a preparação da carcaça e a inspeção da mesma pelo médico veterinário, distribuímos carne para quem quer que fosse e gosta-se.

A restante foi a enterrar no mesmo local, por ordens deste senhor, que foi um dos principais intervenientes deste triste acontecimento “ Foi o Tio Adriano Ferrador”, pessoa altamente entendida na área e serviço nestes animais, assim como nos bois e vacas, que durante longos anos ele e os seus filhos homens principalmente o António e o Manuel, que sempre se mantiveram perto de si e dos seus dois troncos, que recebiam os animais no fundo da sua habitação, na rua da Ponte da Gandra (hoje Comendador Ilídio Pinho), o seus serviços eram esmerados, honestos, perfeitos e largamente conhecidos à distância como os melhores profissionais a preparar e a pregar os sapatos aos animais, que chegavam a serem convidados para darem assistência fora da oficina do Ferrador, deslocavam-se nas pedaleiras, nas motorizadas e algumas das vezes nas boleias nas camionetas do leite.
Mais tarde estes dois filhos, António e Manuel, pensaram em trabalhar por sua conta direta e prepararam troncos um na Avenida Camilo Tavares de Matos e outro na Granja-Castelões e o terceiro foi precisamente no local, onde esta égua foi a enterrar, quando em partilhas este local foi pertença do seu filho António.

      “ Ao lembrar hoje estes FERRADORES,
         Que CAMBRA teve e que passo a recordar,
         E porque faço parte desta sua geração;
         FERRADORES, como estes não mais Haverão”.

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