quarta-feira, 10 de julho de 2019

“ PARA QUEM RECORDA, ESTAS PLACAS NA PONTE DA GANDRA “ 
Foto dos anos cinquenta, junto aos bancos que eram conhecidos como os bancos dos “ namorados”, eles hoje ainda existem, porque são pedra preparada à esquadria e que nos proporcionava, sempre um pouco de descanso, quando se aguardava a chegada das camionetas, amarelas, azuis e CP, para nos deixar no local desejado, Porto, Estarreja, O.Azemeis, S. João da Madeira e outros locais para o Norte ou Sul de Portugal. 


Sou eu, para o lado Norte e o meu primo Inácio para o lado Sul. 

Estas placas, feitas em cimento armado e com as pedras em mármore, que nos indicavam, para a nossa esquerda Oliveira de Azemeis 14 kilometros e Estarreja 26 Kilómetros a da direita nos dizia, Porto 42 kilómetros e S.João da Madeira 12 kilómetros. 

Como não havia a nova variante todos tínhamos que passar pela chamada e saudosa “Ponte dos Plames“, que nos deixava seguir o nosso itinerário desejado, para o Norte, já que para o Sul, tínhamos a Estrada Nacional pela mata do Dom José do Covo, até Cídacos, depois escolhíamos o comboio, carreiras, que nos colocavam também no local por nós desejado. 

E do nosso Vale de Cambra, quando não haviam as chamadas carreiras, muitos dos nossos habitantes fizeram a sua deslocação apeados para qualquer destas localidades indicadas pelas placas e quando não era apeado, os que tinham outros meios de se deslocarem os usavam como: as éguas os cavalos, bicicletas , carroças e mesmo carro com os bois, quando era necessário o transporte de mercadoria para o seu uso próprio e das propriedades. 

Este local além de convidativo para descansar a aguardar as camionetas, também era imensamente movimentado pelo acesso ao Moínho da Ponta da Gandra, do saudoso Tio Chico, que o movimentou também por muitos anos e que eram propriedade do senhor Bento do Pinheiro Manso, e que o mesmo dava lugar a que muitas raparigas desses tempos vinham ali, por ordens dos seus pais, fazerem a troca do milho pela farinha, deixando a sua habitual “ Maquia “, que era o lucro do Moleiro após a sua moagem, neste passado. 

Depois os mesmos moinhos foram também trabalhados pelos senhor Ismael Moleiro da Granja, acabando pelo seu total finamento dos “ Famosos Moinhos do Tio Chico Moleiro da Ponte da Gandra “. 

Assim como, a estrada de acesso às localidades já focadas, também teve o seu final e só é utilizada para os moradores locais, deixando para a retaguarda aquela que longos anos serviu de servidão para milhões de pessoas de camionetas, carros, carroças e todo o tipo de veiculo e pessoas que pretendiam chegar a terras de Cambra, ou saírem para outras localidades do País e do Mundo. 

“Ponte da Gandra e dos Plames, 
Que tanto uso vós o tiveram, 
E foram milhões e milhões que vos pisaram; 
Agora que já não são muito úteis, 
Ficará para sempre na consciência de quem vos Abandonaram“…

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