MAGAREFES E TALHANTES DO CONCELHO NO SÉCULO VINTE
Tomás Soares Gomes e seu irmão Avelino Soares Gomes, foram durante longos anos portadores deste ofício e arte, sempre na companhia dos seus mais diretos familiares.
O Tomás, comercial em Areias e na Gandra, nos anos vinte, na rua Doutor Domingos de Almeida Brandão e o seu irmão Avelino no Antigo Mercado Municipal, mesmo defronte ao atual Café Sombrinha e Drogaria “ Zé Cubal “ hoje rua Padre Manuel de Oliveira e Engenheiro Duarte Pacheco.
Eram irmãos só de pai, mas também primos, porque as suas mães eram irmãs, mas a sua amizade sempre foi de uma pureza tal, que se prolongou, sempre num entendimento perfeito, como o testemunha a foto dos dois na praia do Furadouro no ano de 1948, quando os seus filhos necessitavam de respirarem as águas do mar, para melhoria das suas saúdes e assim se manteve sempre essa amizade entre os dois e com todos os seus familiares, até às suas chegadas finais. Nos talhos e mesmo no Futebol, eram dinâmicos divertidos alegres e sempre prontos para ajudar em qualquer coletividade da nossa terra, porque tanto um como outro eram comunicativos e dotados destes bons nomes, que lhes foram confiados “ SOARES GOMES”, que os tornou muito conhecidos e prestáveis, por todo o nosso Concelho, com apenas a quarta classe, estes “ GOMES “, constituíram casas e lojas comerciais das melhores e mais famosas do nossa terra e que ainda hoje são memoráveis, pelo sua classe e seu serviço, que sempre prestaram aos seus conterrâneos e a todo o passante que visitava a nossa “ GANDRA “.
Fazendo parte desta família de elevada honra, à muito mais que meio século, na cidade do Porto, olhei para uma montra que ali estava exposta esta garrafa de Vinho do Porto, Tawny e não destinada à venda como o diz no seu rótulo e com o sobrenome “ SOARES GOMES “, entrei e não excitei em adquiri-la que a conservo até hoje.
“ SOARES GOMES, eram quatro homens e que os seus nomes foram Tomas Soares Gomes, Avelino Soares Gomes, Rafael Soares Gomes e José Maria Soares Gomes
MAGAREFES: A arte e ofício que lhes foi destinada no abate de todo o tipo de gado que tinham que amanhar e destinar diretamente para os seus talhos, sendo na sua maioria, trabalhado pelos seus familiares, como os pais e filhos, que longos anos no Matadouro Municipal de Vale de Cambra, ali aprenderam e ajudavam os seus, para uma vida melhor, com elevada qualidade, não escolhendo para tal, horários e dias para o seu melhor funcionamento, matavam preparavam, carregavam, salgavam, vendiam e brilhavam com muita simpatia nos balcões dos talhos dos seus Pais.
TALHOS: O Tomás Soares Gomes, era proprietário de dois, sendo um junto do seu habitar no “ Alto da Peninha “, Areias-Castelões “, trabalhado pela sua esposa a “ Tia Quitas das Vitelas “, e alguns dos filhos mais velhos, o outro o principal, que lhe deu o prestígio em ser sempre o maior Talhante do nosso CONCELHO.
Trabalhado sempre por ele, e quase todos os seus dez filhos, que por ali passaram, mas o que mais tempo o acompanhou em todas as suas tarefas comerciais, foram a Maria, Lucília e o Arlindo, que depois de ter cumprido o seu serviço Militar, foi o seu principal proprietário do Talho na Rua, Doutor Domingos de Almeida Brandão, no ano de 1964.
O Meu tio Avelino Soares Gomes, era proprietário do talho, no Mercado Municipal, no Matadouro sempre com a sua mãe, Beatriz na ajuda do abate, de todo o tipo de gado a sua esposa e filhas, que também o correspondiam no juntamente com ele, assim como o faziam na casa de pasto todos os dias de feira, na rua Engenheiro Duarte Pacheco.
Estes dois irmãos, sempre se entenderam mutuamente, tanto na sua pura amizade de irmão como no seu ramo de negócio e muito mais dentro dos campos de Futebol, porque ficaram em memória pelas suas paixões clubistas. O Tomás Gomes, pelo seu amor ao clube, nunca estava quieto no decorrer dos jogos por algumas vezes espalhava pelo chão as moedas que trazia do final do seu talho amarradas no lenço e com o decorrer das jogadas ele, disparava uns pontapés nos assistentes que estavam próximo dele. O seu irmão Avelino, também era um adepto apaixonante e num dos encontros, teve que se mandar abaixo do recinto de jogos, em fugida ao campo da sua sobrinha “ Maria “, sendo socorrido por ela mesmo, levando-o para o seu habitar.
Sempre foram muito amigos e apaixonantes por tudo aquilo que mais gostavam
“ Magarefes e Talhantes deste Século,
Que tanto contribuíram para o engrandecimento,
Destas terras de Cambra, com carnes de boa Vitela,
Que procuravam aqui, ali ou acolá; mas para trabalhar,
Em Talhos nessas épocas era um Alvará “ …
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